Petrus Evelyn
Durante Audiência Pública que ocorreu na manhã de hoje
(25/05), na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado,
parentes de presidiários afirmaram sofrer abusos físicos e psicológicos nas
visitas aos presídios.
"Muitos agentes tratam as visitas muito mal, aos
gritos. Eu tenho câncer e por isso ganho prioridade, mas eles não me respeitam.
Quero enfatizar que não são todos os agentes. Quando vou visitar meu marido, eu
fico presa num gradeado minúsculo e uma vez um agente disse que me agrediria se
eu não saísse de lá, mesmo que não houvesse outro lugar para estar",
afirmou Elaine Régia, esposa de um presidiário.
O vice-presidente do Sinpoljuspi diz que o maior torturador dentro os presídios é o Governo do Estado |
Outras denúncias feitas pelas esposas e parentes de presos é
em relação às transferências dos detentos. A maioria das vezes elas são feitas
na madrugada, sem nenhum tipo de aviso aos advogados ou à família do preso.
"Esta é uma medida de segurança. O horário mais seguro
para as transferências são na madrugada", afirmou o Secretário de Justiça,
Daniel Oliveira.
Carlota Sales, mãe de um presidiário que está preso em
Altos, seu filho está preso há quase 2 meses, mas ela não consegue visitá-lo.
"A burocracia é enorme. Tem mil documentos para
assinar. Eu não sou namorada ou esposa. Sou a mãe. Quem tem coragem de proibir
uma mãe de ver o seu filho", denunciou Carlota.
O vice-presidente do Sinpoljuspi, Kleiton Holanda, afirmou
que muitas das críticas das parentes dos detentos são verdadeiras, mas que tudo
isso é causado pelo colapso no sistema de segurança do Estado.
"As denúncias delas, que têm o direito de ver seus
parentes, são resultado do descaso do poder público com os presídios. Se existe
um torturador nessa história, esse torturador é o Governo do Estado",
concluiu Kleiton.