Com informações do G1PI
A jovem de 21 anos vítima do estupro coletivo em Sigefredo
Pacheco , a 160 km de Teresina, disse que dois dos suspeitos chegou a
procurá-la e oferecer dinheiro para que ela não denunciasse o caso. A proposta
foi feita quando a moça procurou os rapazes para saber do seu celular que havia
desaparecido e saber o porquê haviam gravado e divulgado o vídeo em que aparece
sendo abusada.
Vítima revelou que não lembra do que aconteceu (Foto: Reprodução/TV Clube) |
“Ofereceram dinheiro para eu não levar adiante. Disseram que
eu podia pedir a quantia que quisesse para não denunciar”, falou. No gravação,
é possível identificar pelo rosto dois homens. Ninguém foi preso até o momento.
O G1 conseguiu entrevistar a moça e toda conversa foi
acompanhada pela sua advogada. Envergonhada, Paula*, nome fictício que usaremos
para não identificar a jovem, falou que soube, por sua vizinha, que um vídeo
com imagens suas havia sido compartilhado pelo WhatsApp.
Depois que as imagens se tornaram públicas, Paula disse que
ficou com vergonha de sair na rua. Ela, que morava de aluguel com uma amiga,
disse que a dona do imóvel pediu a casa após ela ter negado lhe mostrar o
vídeo.
"Acho que ela ficou com raiva porque eu disse que não
cabia a ela ver". Além do vídeo, a polícia teve acesso ainda a fotos que
expõem a intimidade da moça.
Uma das imagens mostra a vítima visivelmente sem
reação, deitada na cama com o vestido levantado e as partes íntimas à mostra.
Na foto, um homem seminu aparece sentado próximo a ela.
Desde que o abuso contra ela se tornou público, Paula deixou
a cidade de Sigefredo Pacheco, onde tinha ido morar e trabalhar como doméstica.
Mãe de três filhos, ela está vivendo em outra cidade na casa de uma amiga da
família. Os pais de Paula, que são agricultores, moram em Juazeiro do Piauí,
distante 27 km e, desde que a filha se divorciou do ex-marido, criam os três
netos, de 4,3 e 2 anos de idade.
O abuso contra Paula aconteceu no dia 3 de junho, mas a
denúncia só foi feita 11 dias depois porque, segundo a vítima, quando procurou
a delegacia da cidade não havia escrivão para que o boletim de ocorrência fosse
registrado. O caso só passou a ser investigado na terça-feira (14) quando a
denúncia foi formalizada na Delegacia de Campo Maior, cidade 80 km distante de
Sigefredo.
A polícia solicitou diversos exames, entre eles o
toxicológico, para identificar qual substância havia na bebida que a vítima tomou.
Para a advogada Josefa Miranda, muitas provas periciais foram prejudicadas pelo
tempo que já se passou, mas o vídeo produzido pelos próprios suspeitos é a
prova cabal.
"O fato dos exames terem sido realizados agora é
insignificante porque o vídeo é a prova de tudo", falou.
Segundo a advogada, sua cliente reconheceu três homens que
aparecem no vídeo. As imagens, segundo a polícia, mostram quatro rapazes e pelo
menos dois deles tocam a vagina da jovem, que está desacordada e não esboça
nenhuma reação.
Para a advogada, mais homens participam do crime, contudo
ela disse que vai aguardar a condução da investigação, mas ressalta que há
provas suficientes para incriminar os suspeitos.
'Não lembro de nada'
Na noite do crime, Paula e mais duas amigas saíram para se
divertir em um festejo que acontecia no Assentamento Santo Antônio dos Campos
Verdes, zona rural de Sigefredo Pacheco. Lá, elas foram convidadas pelos
rapazes a beberem juntos.
“Eles me deram um copo de cerveja, tomei só meio copo e
comecei a passar mal. Depois disso não lembro mais de nada”, falou.
Paula só acordaria no dia seguinte em sua casa e horas
depois tomou conhecimento de que a sua privacidade havia sido violada. Longe da
cidade onde tudo aconteceu, a jovem, que estudou apenas até o 3º ano do ensino
fundamental, prentende voltar pra casa da mãe, trabalhar e cuidar dos filhos
menores.
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