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Em entrevista nesta segunda-feira(10) ao jornalista Amadeu
Campos no Jornal Agora, o senador Ciro Nogueira (PP) falou sobre assuntos
relacionados à política nacional e regional. Dentre os assuntos, o senador
destacou o interesse pessoal em apoiar o ex-presidente Lula (PT) nas eleições
de 2018 e falou sobre a aliança com o Partido dos Trabalhadores no Piauí.
O parlamentar, que recentemente foi reconduzido à
presidência nacional do Partido Progressista, afirmou que o partido trabalha
para ter um candidato próprio nas eleições presidenciais do ano que vem e
destacou que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, deve ser o nome escolhido
para a disputa.
"A gente tem que trabalhar sempre por um plano A.
Estamos em um momento em que o país precisa de uma outra alternativa, existe
essa disputa histórica entre PT e PSDB que vem desde 1994. São partidos que já
cumpriram o seu papel, o Fernando Henrique criando o real, o Lula, que, para
mim, foi o maior presidente da história desse país, um homem que nós
nordestinos temos que agradecer sempre pelo que ele fez pelo Brasil. Mas, eu
acho que está na hora de o Brasil ter um outro projeto, uma pessoa que venha a
assumir o país com uma visão de gestão pública que ainda não aconteceu no
Brasil”, disse.
O senador, no entanto, destacou que pessoalmente gostaria de
apoiar o ex-presidente Lula e reconheceu que esta é uma hipótese difícil, tendo
em vista que grande parte do PP não tem essa mesma disposição.
"O PP tem muitas tendências, se dependesse de mim eu
apoiaria o Lula, mas, essa é uma visão mais do nordeste, por tudo que ele fez,
uma gratidão histórica pelo trabalho fantástico que ele esteve a frente,
principalmente, no combate a pobreza e a miséria. É uma figura que eu tenho todo
o respeito, não me vejo em uma eleição presidencial votando contra o Lula. A
grande maioria do partido não tem essa visão, não vou negar que hoje teriam
mais aproximação com o PSDB, então vai ser uma decisão interna e com certeza o
PP não sairia unido nessa decisão”, afirmou.
Sobre a relação com o PT no Piauí, Ciro Nogueira reconheceu
que ela ficou abalada durante as eleições municipais de 2016, mas, ressaltou
que as rusgas já foram superadas.
"O PP só tem procurado, desde o início da gestão
Wellington Dias, ajudar o Governo do Estado, sabemos da dificuldade que o
governador tem hoje por não ter o acesso a Brasília, porque é de um partido de
oposição muito forte ao governo do presidente Temer e a gente tem procurado de
todas as formas ajudar o governador. Tivemos problemas fortes nas eleições
municipais, houve um erro grave do Partido dos Trabalhadores em encarar o PP
como partido de oposição e esse foi um erro histórico do PT que o governador e
eu já superamos”, disse.
Sesapi
De acordo com o senador, houve uma falsa impressão de que o
Partido Progressista teria exigido a Secretaria de Saúde na reforma
administrativa feita pelo governador Wellington Dias neste ano. Ciro Nogueira
negou que isso tenha acontecido e afirmou que, por conta do mal estar criado
com a situação, definiu com o governador que o PP não fará mais indicações para
as pastas do Governo do Estado.
"Houve essa situação da Saúde que foi oferecido isso ao
partido e ficamos de fazer uma indicação, é um direito do governador a qualquer
momento indicar ou retirar apoio, mas foi colocado como se o PP estivesse reivindicando
isso, nós nunca reivindicamos a Secretaria de Saúde, o mal estar foi esse.
Qualquer secretário do governo do estado vai contar com o meu apoio, o que eu
defini com o governador é que o PP não vai fazer nenhuma indicação de seus
quadros”, ressaltou.
Aliança com o PT
Ciro Nogueira afirmou que dificilmente o PP romperá com o
governo Wellington Dias no Piauí, mas, destacou que caso os prefeitos do
partido não tenham suas reivindicações atendidas o rompimento pode acontecer.
"O PP tinha 7 prefeitos no Piauí, fomos para 44 agora,
é o maior partido do estado. Crescemos na Assembleia Legislativa e na Câmara
dos Deputados. Se o partido não for respeitado nos seus prefeitos, nas
reivindicações e houver uma discriminação, e eu tenho certeza que isso não vai
acontecer, isso seria um motivo para um rompimento”, afirmou.
O senador ressaltou que as bases do PP e do PT ainda têm
dificuldades de relacionamento no estado e destacou que cabe a ele e ao
governador Wellington Dias superarem isso.
"Eu tenho um relacionamento perfeito com o governador
Wellington Dias, mas, as bases ainda têm muitos conflitos, existe um certo
conflito da militância. Nós temos que ter a maturidade, eu o governador como
líderes dessa situação, de superarmos isso em prol de uma candidatura no
próximo ano”, afirmou.
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