A adolescente que morreu vítima de dengue hemorrágica procurou um atendimento aproximadamente dez dias após sentir os primeiros sintomas da doença, de acordo com a equipe médica do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, em Parnaíba. A orientação é que a procura seja imediata após o surgimento dos primeiros sintomas.
A jovem faleceu no último domingo, 17, no mesmo dia em que deu entrada no hospital. Ela tinha 17 anos e morava em Cocal, a 90 km de Parnaíba. Segundo o médico Carlos Teixeira, diretor do HEDA, ela sentiu os sintomas clássicos da dengue, mas procurou uma unidade de saúde na cidade somente quando já apresentava sangramentos. Informações G1 Piauí
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Hospital Dirceu Arvoverde (Heda), em Parnaíba — Foto: Tiago Mendes/ TV Clube |
“Ela chegou num quadro já de choque. Tinha sintomatologia completa de dengue clássica: dores articulares e de cabeça intensa, sangramento gengival, oral e as manchas características da dengue pelo corpo”, disse o médico.
A jovem foi transferida imediatamente para o HEDA, único local que atende casos graves de dengue na região. Ainda no domingo ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e faleceu.
O diretor do HEDA orientou que as pessoas procurem uma unidade de saúde logo que surgirem os primeiros sintomas de dengue (veja a lista abaixo):
“Muitas vezes o paciente não vê a gravidade do caso, e evolui para uma hemorragia interna, ou outros tipos de complicações. Infelizmente, já chega ao hospital num estado praticamente irreversível”, explicou
O diagnóstico de dengue é feito através de um exame laboratorial, que é coletado no hospital e enviado para o Laboratório Central do Piauí (Lacen). Enquanto o exame é analisado, o paciente recebe o atendimento para os sintomas da doença.
“Se apresentar os sintomas, procure imediatamente o hospital. O envio do exame pode dificultar a confirmação do diagnóstico no início, mas fazemos todo o tratamento desses pacientes e encaminhamos exames a cada dois dias, para confirmar”, explicou o médico.
A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) confirmou, nesta terça-feira (19), a morte da adolescente por dengue hemorrágica, em Parnaíba, a 268 km de Teresina. O óbito é o segundo por dengue hemorrágica e o quarto pela doença no estado.
No Piauí, os casos de dengue aumentaram cerca de 489% em relação ao mesmo período de 2021, de janeiro até o dia 6 de abril. A transmissão da dengue acontece pela picada do mosquito Aedes Aegypti.
Em Parnaíba, até o dia 6, apenas quatro casos haviam sido confirmados. Mas nas últimas duas semanas, o número subiu para 47 casos na cidade. Há ainda 94 casos em investigação. O município está entre os cinco do PIauí onde foram detectados o maior número de casos prováveis nos últimos meses.
Em Teresina, na última quarta-feira, 13, uma mulher de 45 anos foi vítima da doença. O primeiro óbito foi um jovem de 19 anos, que estava internado em um hospital público, e o segundo foi uma criança de 9 anos, em um hospital privado do município.
Sintomas
De acordo com a comunidade médica, a dengue pode se manifestar de forma leve, moderada, ou grave. Os sintomas podem ser similares aos de outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como a Febre Amarela, o Chikungunya e a Zika. Por isso, o diagnóstico precisa ser realizado pelo médico por meio de exame de sangue.
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas variam de: dores nas articulações, dor de cabeça, náuseas, febre acima de 39ºC até os estágios mais graves como problemas neurológicos e hemorragias.
Prevenção
Para se prevenir em períodos como este, com altos índices e risco de surto, a população deve redobrar os cuidados em casa e na rua.
A melhor forma de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti é evitando sua proliferação. O combate deve ser feito através da eliminação de objetos que acumulem água, e são potenciais criadouros, e da manutenção correta dos recipientes que armazenam o líquido, como caixas d'água.
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