terça-feira, 5 de dezembro de 2023

PF cumpre mandados contra suspeitos de traficar drogas da Bolívia e do Paraguai para o Piauí

A Polícia Federal do Piauí deflagrou, na manhã desta terça-feira, 5, a Operação Transloading, contra um grupo suspeito de tráfico internacional de drogas e de armas de fogo. Conforme a polícia, os suspeitos agiam transportando drogas e armas do Paraguai e da Bolívia até o Nordeste do Brasil. A pedido da Polícia, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 200 milhões de contas bancárias.


Reprodução 

O g1 apurou que, no Piauí, foram cumpridos 15 mandados nas cidades de Teresina, Altos e José de Freitas, cidades próximas da capital. Ao todo, foram expedidos ao todo 37 mandados de prisão preventiva e 52 mandados de busca e apreensão pela 3ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Piauí.

O cumprimento está sendo feito por 180 policiais federais para a execução das ordens judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Maranhão, Ceará, Paraíba, Piauí e no Distrito Federal.

Início em 2022

Durante as investigações, que foram iniciadas no final de 2022, a PF identificou um grupo de distribuidores e comerciantes de droga estabelecidos no Piauí, Maranhão e Ceará, que se valiam da estrutura de sítios e imóveis rurais para armazenar os entorpecentes trazidos da Bolívia e do Paraguai, e, posteriormente, vendê-los em Teresina, Imperatriz(MA) e Fortaleza(CE).

"Apurou-se também que parte desses investigados tem relação com as facções criminosas que atuam nestes três estados", informou a PF.

Em seguida, a Polícia Federal concentrou a investigação no grupo logístico da associação criminosa, responsável pelo transporte da droga oriunda da fronteira por rodovias do país. Nessa fase, ainda em 2022, foram presos 10 caminhoneiros no Piauí, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Sergipe e Paraíba, e apreendidas cerca de 3 toneladas de entorpecentes (maconha e cocaína).

Líderes no Sul, Sudeste e Centro-Oeste

A PF informou que os principais líderes e fornecedores de droga do esquema criminoso foram identificados em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, de onde comandavam as ações e o envio dos entorpecentes para o Nordeste. Também nesse momento, foi possível coletar indícios de tráfico internacional e de comércio ilegal de armas de fogo e munições.

"Além dos integrantes do núcleo operacional e logístico do grupo criminoso, diversas pessoas físicas e jurídicas foram utilizadas para movimentar os valores ilícitos provenientes dos crimes, para criar uma rede estruturada de pagamento das drogas e armas comercializadas", informou a PF.

A polícia solicitou e foi deferido pela Justiça o bloqueio e sequestro de valores na ordem de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados, além da apreensão de veículos e joias do grupo.

Crimes atribuídos

Os investigados responderão, na medida da sua participação, pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, tráfico internacional e comércio ilegal de armas de fogo e munições, dentre outros em apuração. Após ouvidos, os presos serão encaminhados aos sistemas penitenciários estaduais, onde permanecerão à disposição da Justiça.

Transloading

O nome da operação, “Transloading”, que se refere à transferência de mercadorias de um meio de transporte para outro a caminho de seu destino, é uma alusão à forma de tuação do grupo criminoso, que utilizava o transporte terrestre, fluvial e aéreo para concretizar a cadeia ilícita do tráfico internacional de drogas e armas de fogo.

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