Os votos que escasseiam no cesto de Dilma cercavam o
vice-presidente da República numa mansão no Lago Sul, bairro chique da Capital.
Algo como 80 deputados apertavam a mão, abraçavam, trocavam um dedo de prosa
com Temer. Muitos o chamavam de “presidente''. Usufruíram de um coquetel
seguido de jantar. Tudo oferecido pelo deputado Heráclito Fortes (PSB-PI).
Respirava-se no local doce fragrância da perspectiva de poder.
Pelo celular, a internet levava à mansão da filha de
Heráclito, onde Temer se servia de risoto e vinho, as mesmas informações que a
TV despejava sobre a derrota da Presidente no STF.
Depois de circular de rodinha em rodinha, Temer acomodou-se
numa das mesas. Dividiu-a com outras dez pessoas. Entre elas líderes de
partidos engajados no impeachment. Nesse universo, as horas mais preciosas são
as mais rápidas. Na contabilidade dos rivais de Dilma, já existem 363 votos a
favor do impeachment, 21 além do mínimo necessário. Daí a incômoda sensação de
que, para a oposição, certos dias, como os dois que faltam para o domingo da
votação, têm 100 anos de duração. - blog do josias
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