terça-feira, 10 de maio de 2016

Com dívidas e sem dinheiro, Tubarão tem presença na Serie D em xeque

A eliminação em casa no Campeonato Piauiense atingiu em cheio ao Parnahyba. A derrota por 1 a 0 para o River-PI no jogo da volta da semifinal do returno decretou a saída do Azulino do estadual. De consolo, o Tubarão está na Série D do Campeonato Brasileiro neste ano – assumindo a segunda vaga do estado no nacional, recém-incluída pela CBF. Contudo, o presidente do clube, Batista Filho, não cravou a ida do time à quarta divisão. Acumulando dívidas durante os cinco meses de disputa do estadual, somando a pré-temporada, o clube passará por um pente fino nas contas. Sem dinheiro no caixa, a Série D (que começa no dia 11 de junho), antes um sonho para o Tubarão, não é tão certeza assim. 
Batista Filho, "Infelizmente não posso colocar um Parnahyba só para disputar a Série D, isso iria manchar a história centenária do clube, passaria vergonha. (...) Existe a possibilidade total de não jogarmos"
Por telefone, a voz do dirigente entregou o clima de desânimo pós-eliminação do estadual. Ele ressaltou algo que o técnico Paulo Moroni falou na entrevista coletiva no Pedro Alelaf, quando se queixou da decisão do TJD-PI que absolveu Altos por usar um jogador suspenso com três amarelos. A decisão mudou o semifinalista do Parnahyba.
- Não temos um planejamento ainda para a Série D. Nossa prioridade nesse momento é resolver toda a nossa questão financeira, pagar os jogadores e comissão técnica. Vamos agora fazer um levantamento de todo o nosso débito. Não vamos jogar a Série D sem ter recursos. Existe a possibilidade total de não jogarmos – explicou Batista Filho, em tom triste. Em seguida, completou: 
- Não se pode engolir o que aconteceu. Isso pesa muito para quem trabalha com o futebol. Fizeram um crime no Campeonato Piauiense - lamentou.
Infelizmente não posso colocar um Parnahyba só para disputar a Série D, isso iria manchar a história centenária do clube, passaria vergonha. (...) Existe a possibilidade total de não jogarmos"
A folha salarial do Parnahyba com elenco e comissão técnica atingiu cifras de R$ 70 mil no estadual. Com outras despesas de viagens, alimentação e hospedagem, por exemplo, os gastos do clube giravam em torno de R$ 90 mil/mensais. O dinheiro que entrava no clube ficava 80% abaixo desse valor: R$ 30 mil da Prefeitura de Parnaíba, através de um convênio municipal, e R$ 20 mil reunindo todos os patrocinadores e empresários que ajudam o time. Esse número, segundo Batista, é pequeno para jogar uma Série D.
O presidente antecipou que não irá viver no fio da navalha na Série D, pela própria experiência no Campeonato Piauiense, por isso há possibilidade do clube dizer não para a vaga da quarta divisão do futebol brasileiro.
As contas do time serão apresentadas ao conselho deliberativo do Parnahyba até o fim desta semana. Em seguida, o dirigente informou que vai entrar em período sabático para poder refletir sobre a situação do clube. 
globoesporte.com
Edição: PpC