segunda-feira, 20 de março de 2017

Justiça do Rio aceita denúncia contra irmão de Bruno por participação no sequestro de Eliza

Editado por ParnaibapontoCom |
O juiz Marco Couto, titular da 1ª Vara Criminal Regional de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, aceitou, na sexta-feira (17), denúncia oferecida pelo Ministério Público contra Rodrigo Fernandes das Dores de Souza, irmão do goleiro Bruno, e Anderson Rocha da Silva, o Russo, pela participação no sequestro da modelo Eliza Samudio, em 2009.
A informação foi divulgada pelo TJ-RJ nesta segunda. A investigação, na época, concluiu que eram quatro homens que ocupavam o carro que transportou Eliza durante o sequestro, mas somente Bruno e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, haviam sido identificados.
Segundo o TJ-RJ, as investigações concluíram que no momento em que Bruno ameaçava e obrigava Eliza a entrar em seu carro, Rodrigo encontrava-se no interior do veículo, escondido, deitado no banco traseiro. Logo em seguida, Russo e Macarrão surgiram e também entraram no automóvel.
A polícia também concluiu que Eliza foi levada ao apartamento de Bruno, quando foi obrigada a tomar medicamentos abortivos, pois se encontrava no 5º mês de gravidez. Segundo as investigações, os acusados ameaçavam a modelo para que ela concordasse com o aborto.
Para não interferir na tramitação do processo, em razão de não terem sido identificados todos os participantes do sequestro, a Justiça decidiu pelo desmembramento das investigações, o que possibilitou o julgamento de Bruno e Macarrão separadamente.
O Ministério Público chegou a solicitar arquivamento do inquérito relativo a Anderson e Russo, porém, o juiz Marco Couto entendeu que havia provas suficientes para o prosseguimento das investigações e identificação dos demais sequestradores.
O goleiro Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza, com quem teve um filho. Depois de seis anos preso, conseguiu no STF um habeas corpus e no dia 24 de fevereiro deixou a cadeia na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Depois da soltura, Bruno foi contratado pelo Boa Esporte Clube, de Minas Gerais.

Irmão do goleiro foi ouvido em Teresina por meio de carta precatória
Recolhido na casa de detenção em Altos, pelo crime de estupro, Rodrigo Fernandes, irmão do goleiro Bruno Fernandes de Souza, depôs à Justiça do Rio por meio de carta precatória, e afirmou que contaria tudo sobre o sequestro de Eliza, desde que fosse incluído no Programa Governamental de Proteção à Testemunha.
Rodrigo confessou que estava presente quando a vítima foi sequestrada para que fizesse um aborto. Ele estava no banco de trás de um carro quando ela foi pega na casa de uma amiga, em 2009, para ser obrigada a interromper a gravidez.
"Ela foi pega na casa de uma amiga dela e levada a um apartamento. Lá deram uma bebida forte e um medicamento. Ela disse que aceitava fazer o aborto com a presença de uma médica, porém ela saiu e, na verdade, foi a uma delegacia de Jacarepaguá onde denunciou tudo o que aconteceu. Ela namorava há muito tempo com o Bruno”, declarou à TV Cidade Verde.
Eliza ganhou tempo concordando com o plano de Bruno, mas exigindo a presença de uma médica. Com isso conseguiu ir a uma delegacia onde prestou queixa.
Sobre quem seriam os participantes da morte e ocultação do cadáver da jovem, em 2010, Rodrigo contou aos policiais quem eram aqueles que ele conhecia e apontou, em fotos, outros cúmplices. “Eu preciso ficar calado, porque se tratam de pessoas que fazem parte de organizações criminosas. É preciso que a polícia descubra quem foi. Reconheci algumas fotos que a polícia me mostrou, antes mesmo que eles dissessem os nomes eu já estava falando”, relatou à polícia na época.
Rodrigo ainda citou três organizações criminosas temidas por ele e envolvidas no crime: o Comando Vermelho do Rio de Janeiro, o Primeiro Comando do Maranhão e o Primeiro Comando de São Paulo. E ainda disse que o crime teve a participação de facções criminosas dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Piauí e Maranhão.
Em relação ao local onde se encontram os restos mortais de Elisa, Rodrigo voltou a afirmar que precisa de proteção para contar tudo o que sabia. “Não foi surpresa terem me procurado, não sei como demorou tanto, seis anos, mas preciso de garantias”, concluiu.
Uma segunda pessoa foi ouvida aqui no Piauí, mas a polícia não revelou o nome.

Soltura de Bruno
O ministro Marco Aurélio Melo, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu no dia 24 de fevereiro, um habeas corpus que permite a saída do goleiro Bruno Fernandes da prisão.
O ministro deferiu o habeas corpus número 139612, que permite que Bruno recorra de sua condenação pelo sequestro, morte e ocultação do cadáver da modelo Eliza Samudio em liberdade. Segundo a assessoria do STF, Marco Aurélio argumentou que o recurso já estava há três anos sem apreciação e, portanto, deu a Bruno o direito de continuar esperando essa análise solto. portal az
Justiça do Rio de Janeiro aceitou denuncia contra irmão do goleiro Bruno

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