As boas precipitações que estão animando os produtores nos cerrados
piauienses e em regiões como médio e baixo Parnaíba, não encontram
correspondência para mais de 40 cidades no semiárido. Na região que
tradicionalmente enfrenta problemas de chuvas, as perspectivas se mantêm
graves, talvez mesmo sombrias.
A revelação é do secretário estadual de Defesa Civil, Hélio
Isaias (PP), que concedeu entrevista ao Acorda Piauí, esta manhã, na rádio
Cidade Verde. A primeira diferença é que as chuvas no semiário não têm sido tão
animadoras. Um exemplo que o secretário oferece é o da cidade de São Raimundo,
que teve em fevereiro uma boa chuva de 107 milímetros. E nada mais.
O outro problema é o baixo nível das principais barragens da
região. A barragem Petrônio Portela, que abastece São Raimundo e outras nove
cidades, está com apenas 8% da sua capacidade de armazenamento. No mesmo
período do ano passado, o volume era três vezes maior. Também barragens como a
de Piaus estão com nível d'água muito baixo.
Para Hélio, essa realidade aponta para uma situação crítica
no segundo semestre, já que o período chuvoso do semiárido está chegando ao
fim. No ano passado, a barragem de Petrônio Portella chegou dezembro – antes da
retomadas das chuvas – no limite. Para este ano, quando a água acumulada é
apenas de um terço de um ano atrás, os problemas de abastecimento devem se
complicar ainda mais, e bem mais cedo.
Poços como saída emergencial
O secretário Hélio Isaias diz que, diante das perspectivas
críticas, já está desenvolvendo um “plano B” que assegure o abastecimento das
populações. Uma das saídas é o uso de poços, tanto com a perfuração de novos
como a melhor utilização de outros já existentes, levando a água desses poços à
adutora do Garrincho, por exemplo.
Mas a preocupação é com todo o semiárido, em mais de 40
cidades. Ele cita o caso de Jaicós. O ponto de captação para atender à
população da cidade está a 54 km da sede do município. Para viabilizar a adução
dessa água, seriam necessários cerca de R$ 60 milhões.
“Estamos preocupados e já agindo de forma antecipada e
planejada”, diz Hélio Isaias. Para ele, o fundamental é que as populações não
fiquem desassistidas.
Secretário adverte para a escassez de chuvas no semiárido piauiense |
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