quarta-feira, 29 de abril de 2020

Wellington explica porque quarentena no Piauí deve ser ampliada: 'Sair para rua é um risco de vida. Não queremos genocídio’

O governador Wellington Dias (PT) elencou motivos para ampliar a quarentena no Piauí como principal medida para conter o avanço do coronavírus. Em entrevista nesta quarta-feira, 29, Wellington afirmou que “sair para rua é um risco de vida” e disse que não quer ver genocídio no estado.
O decreto que determina o isolamento social e as restrições do comércio para funcionamento apenas de atividades essenciais no estado acaba na quinta-feira, 30. Contudo, o tempo de quarentena deve ser ampliado e passar para o mês de maio. Wellington não citou uma nova data, mas pediu compreensão para que as regras de isolamento serem seguidas.

“A lógica do isolamento social é garantir que apenas uma parcela da população esteja em movimento para que o índice de contaminação seja menor, mais lento. Não é uma medida simples, mas tivemos que adotar medidas como essa porque precisamos alcançar um grau, índice, para que tenha menos contaminação”, explicou Wellington Dias, ressaltando que “precisamos de tempo para fortalecer” o sistema de saúde.
“Só quero fazer isso no momento adequado”, comentou o governador sobre flexibilizar as atividades econômicas no estado. “Decisões nesse período nunca são fáceis, são difíceis, mas terei a coragem de colocar a vida em primeiro lugar. Valorizo a economia, mas é a vida em primeiro ligar. Valorizo emprego, salários, mas é a vida em primeiro lugar”, completou.

"Número de casos no Piauí deve ser de 4.500"
Ao falar sobre os dados atualizados de coronavírus no Piauí, o governador mostrou planilhas e um estudo que projeta que o estado, na realidade, deve ter 10 vezes a mais que o registrado pela secretaria estadual de Saúde. Segundo Wellington, o número exato de infectados pode ser de 4.500 pessoas.
“Quem fez flexibilização e não teve coragem de adotar medidas corretas, teve explosão maior. Queremos evitar. É uma realidade que precisamos ter cuidado”, disse, ao citar exemplos de cidades que liberaram a economia. O governador chamou atenção para o Nordeste. “Houve uma explosão (no Nordeste), situação próxima do colapso”, ressaltou.
O isolamento, segundo Wellington, evitaria uma propagação mais rápida de Covid-19. “Há 15 dias, tínhamos 50 casos de confirmação. Saltamos para 454 casos, ele cresce de forma exponencial, com velocidade. Tínhamos sete óbitos, agora são 24. Cada ser humano é importante, o esforço do isolamento é para proteger vida”.
Antes de flexibilizar o decreto de calamidade pública, o governador explicou ser preciso ter acesso a medições que mostrem o “caminho da ciência” e respondam “qual o nível de contaminação no Piauí, qual a entrada de pessoas com doenças respiratórias na nossa rede”.
O combate ao coronavírus, de acordo com Wellington, será com “isolamento social, proteção aos profissionais de saúde e aumento do sistema de saúde” para que a demanda de pacientes seja absorvida. “Isolamento nos permite um grau mais baixo de contaminação”, concluiu. Da Redação com informações do G1 Piauí 

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