Uma estrutura em degraus, composta por sacos de areia, conhecida como bagwall, pode ser uma solução para evitar que novas destruições ocorram nas praias de Macapá e Maramar, em Luís Correia, litoral do Piauí, devido ao avanço das ondas do mar. Na tarde de quinta-feira, 19, cerca de 15 barracas foram destruídas pelo fenômeno da "ressaca".
Ressaca do mar invade bares e restaurantes nas Praias de Maramar e Macapá, em Luís Correia/Reprodução . |
"É uma estrutura de baixo custo. São sacos de areia colocados em um formato que funciona como degraus, de forma que, quando a onda vem, ela perde energia gradualmente. Diferente de um muro reto, essa estrutura reduz a força da onda, evitando que ela destrua tudo. Essa solução já funciona em outros lugares", explicou a bióloga Liliana Souza. Segundo Liliana, se nenhuma medida for tomada, as praias podem desaparecer.
"Se não forem implementadas estruturas para dissipar a energia das ondas, como faz o bagwall, Macapá pode desaparecer. A tendência é o nível do mar continuar subindo se nada for feito, especialmente com as mudanças climáticas e a urbanização", ressaltou. Um morador da região relatou que o avanço do mar já alterou significativamente o cenário nas últimas décadas. Ele também critica a omissão do poder público em resolver o problema.
"O Macapá historicamente sofre com o avanço do mar. O que era considerado o antigo Macapá já foi engolido pelo mar. Praças, escolas, casas, restaurantes, toda a estrutura que existia há 30, 40 anos, já se foi. Hoje, Macapá e Maramar continuam correndo o risco de perder mais colégios e bares. Há uma negligência por parte das autoridades, que não enxergam a gravidade da situação e não tomam providências", relatou o morador.
Osvaldo Pereira Lima, de 63 anos, teve seu estabelecimento destruído pela "ressaca" ocorrida na quinta-feira, 19. Ele afirma que não tem condições de reconstruir sua barraca.
"Pelo jeito que aconteceu agora, eu não tenho mais condições. Preciso de ajuda", desabafou.
O secretário de Assistência Social do município de Luís Correia, Tiago Silva, confirmou ao Cidadeverde.com que enviaria equipes ao local para coletar as demandas das pessoas atingidas pela "ressaca".
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