Edição Teodoro Neto |
No momento de crise e de dificuldades financeiras, o Governo
do Piauí está sendo alvo de críticas por seguir o caminho inverso e aumentar as
alíquotas do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de produtos
e serviços, política que foi descartada, por exemplo, pelo estado vizinho. O
Maranhão anunciou a redução de 12% para 2% dos impostos ainda no mês de
outubro.
A principal consequência das medidas tomadas pelos dois
governos é a migração de indústrias do Piauí para o Maranhão. A redução dos
impostos cobrados para produtores e empresários incentiva a instalação de
empresas, produção e geração de emprego, o que não deve acontecer no Piauí nos próximos
anos, como prevê Gilberto Pedrosa, presidente da Associação das Indústrias do
Piauí (AIP).
Para ele, o governo do Piauí tem administrado mal as
despesas do Estado, afetando, desta forma, os investimentos em infraestrutura,
por exemplo. “Infelizmente é o que vai acontecer. Nós temos aqui do outro lado
da ponte um distrito industrial que é o sonho de consumo de todo industrial do
Piauí, que tem energia elétrica, internet de banda larga, um suporte dentro do
próprio distrito para as indústrias que querem se instalar, diferente do Piauí.
Falar em indústria no Piauí é uma piada. O governador é um mero gerente de
folha de pagamento, e é um mal gerente porque não consegue conter os gastos”,
declarou Pedrosa.
O presidente da Associação dos Jovens Empresários do Piauí
(AJE-PI), Landerson Carvalho, também comentou as divergências políticas
adotadas pelos governos. “Não é só um rio que separa o estado do Piauí e do
Maranhão, são cabeças. Daqui a seis meses vão aumentar de novo, para pagar a
campanha eleitoral. Aqui, os impostos não vão parar de crescer”, disparou.
Empresários e representantes de indústrias acompanharam a
votação de quarta-feira (01) na Comissão de Finanças e no Plenário da Assembleia do
projeto que prevê o aumento da alíquota e organizaram um movimento que foi
denominado "Nenhum Imposto a Mais". Após a aprovação do Projeto de
Lei, as entidades lamentaram a postura dos deputados e do governo. “É o exemplo
que aqui [na Assembleia Legislativa] virou o circo do Themístocles e o circo do
Wellington Dias, e com vários palhaços protagonistas”, alfinetou o presidente
da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEPI), Zé Filho.
Combustíveis líquidos derivados do petróleo e também os não
derivados do petróleo são alguns dos serviços que terão alíquota reajustada a
partir do próximo ano após aprovação da Assembleia da lei que aumenta o ICMS. Informações O Dia