Théo Netto com informações da Folha
O Estado do Piauí ocupa a terceira posição no ranking
nacional de desmatamento da Mata Atlântica, é o que mostra a nova edição do
Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgado nesta
quarta-feira (25) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela
Fundação SOS Mata Atlântica.
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O documento refere-se ao período de 2014 a 2015 e traz uma
análise da devastação ao longo dos últimos 30 anos de monitoramento. De acordo
om o estudo, apesar do desmatamento no Piauí ter caído 48% no ano passado, em
relação a 2014, o Estado também é campeão de devastação entre as Unidades
Federativas que apresentam as maiores áreas remanescentes da floresta. Até o
ano passado, este posto era ocupado por Minas Gerais, que tem a maior área
florestal (2,8 milhões de hectares), e teve perda de 7.702 hectares. Minas já
havia sido campeão por cinco anos consecutivos, a partir de 2008.
A Bahia, segunda colocada, teve perda de 3.997 ha (14% menor
que a taxa anterior). Apesar das quedas, as duas áreas ainda estão sendo
bastante ameaçadas, como mostram as altas taxas, explica Marcia. “Há nessa
região um reflexo da pressão que está ocorrendo sobre o Cerrado de Matopiba
(Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) pela expansão da agropecuária e vemos que
isso acaba afetando a Mata Atlântica”, diz Marcia Hirota,diretora executiva da
Fundação SOS Mata Atlântica e responsável pelo trabalho.
Área desmatada no Brasil é 12 vezes o tamanho da cidade de
São Paulo.
O levantamento observou ainda que, no ano passado, a Mata
Atlântica perdeu 18.433 hectares, a mais que em 2014. Os valores são menores
que o registrado entre 2011 e 2013, período em que houve crescimento do
desmatamento após vários anos de queda.