Feitosa Costa
O governador Wellington Dias pretende, assim que voltar de
reunião da executiva nacional do PT, oficializar a participação do Partido
Comunista do Brasil (PC do B) no Governo do Estado, confiando, de saída, a
ADAPI (Agência de Defesa Agropecuária do Piauí) a José Carvalho, primo de Osmar
Júnior e Lourdes Rufino e dirigente da agremiação.
O cargo tem sido ocupado por um indicado do deputado federal
Júlio César Lima, presidente do PSD no Piauí, que votou a favor do impeachment
de Dilma Rousseff.
Quase todos os deputados estaduais, de diferentes partidos,
já sabiam, ontem pela manhã, que o PSD perderia os cargos no Estado.
Indagado por colegas sobre a possível decisão do governador
de pedir os cargos do PSD, o jovem deputado Georgiano Neto, filho de Júlio
César Lima, comentou: "faz parte do jogo".
Wellington, segundo fontes do Governo, inicialmente pedirá
os cargos do PSD e nesse primeiro momento não pretende mexer com o PP, partido
presidido no Piauí, por Júlio Arcoverde, deputado estadual, e nacionalmente por
Ciro Nogueira, Senador piauiense.
Wellington Dias argumentou com aliados, segundo as mesmas
fontes, que Ciro Nogueira foi apoiador de primeira hora, disputando a eleição
na mesma coligação, diferente do PSD, que apoiou Zé Filho.
Numa reunião com cerca de 60 pessoas no seu sítio, no último
domingo, aliados de Wellington cobraram o rompimento com o PSD e o PP.
Wellington teria dito aos aliados que afastar o PSD do
Governo, tudo bem, mas com o PP não poderia tomar o mesmo caminho porque Ciro
Nogueira o apoiou desde o início, aparecendo logo depois que tinha perdido a
eleição para prefeito, oferecendo seu apoio para uma candidatura a governador
numa hora difícil.