sexta-feira, 8 de julho de 2022

Pesquisas eleitorais no Piauí viraram bagunça: algumas vendidas por até R$ 500

Que as pesquisas deixaram de ser um parâmetro sobre a percepção do eleitor, há muito tempo todo mundo já sabe. Hoje, servem apenas para atender as necessidades de quem as contrata e sua divulgação depende apenas dos números que trazem algum favorecimento. Mas nas eleições de 2022, essas divulgações chegaram ao patamar do ridículo no Piauí. Informações 180Graus 


Imagem ilustrativa/Web

Hoje se faz pesquisa de todo jeito e nem dá para se ter uma ideia da percepção do eleitor, porque cada uma traz números que diferenciam das outras. E não é só sobre a distorção dos números que causa estranheza, a forma como estas pesquisas são contratadas também causam muito estranhamento.

Pesquisa de R$ 500,00

Recentemente, no sistema de registro de pesquisa do Tribunal Superior Eleitoral, foi registrada uma pesquisa com valor de R$ 500. A pesquisa foi realizada e contratada pela empresa J RODRIGUES ASSESSORIA PUBLICA LTDA / DIVULGA SRN.

Primeiro que, apesar de serem apenas 400 entrevistados na cidade de São Raimundo Nonato, que empresa ou profissional sério realizaria esse serviço por apenas R$ 500?

Segundo que o CNPJ registrado no sistema (CNPJ: 21703109000165) não é o mesmo do nome que aparece desta empresa. O que aparece em qualquer busca é  LUCIENE SANTOS DIAS, da cidade de São Raimundo Nonato.

Para se ter uma ideia, não é tão barato contratar uma pesquisa eleitoral. Das últimas registradas, há uma do DataMax com 2.000 entrevistados ao valor de R$ 46 mil. Cada entrevistado ao valor de R$ 23. Na pesquisa do J RODRIGUES ASSESSORIA PUBLICA LTDA / DIVULGA SRN cada entrevistado custa 8 centavos.

Outra pesquisa do Credibilidade, com 391 entrevistados, custou R$ 7,2 mil. cada entrevista a R$ 18 reais.

Outra, registrada pelo Opinar, com 1.082 entrevistados, custou R$ 43 mil, com preço médio de R$ 39 reais por entrevistado.

Números divergentes

Se os valores da pesquisas causam contradição, imagine  os números. Os piauienses já se deram conta que não dá para confiar nos números divulgados.

No Piauí, na disputa pelo Governo, percebe-se que há uma paralização entre Rafael Fonteles (PT) e Silvio Mendes (UB), mas as pesquisas que cada um divulgam trazem vantagens para si, mesmo quando o levantamento é feito na mesma cidade.

Para se ter uma ideia, praticamente no mesmo dia, Rafael e Silvio divulgaram pesquisas de institutos diferente com números totalmente contrários.

Rafael divulgou uma pesquisa do Amostragem, contratada pela Meio Norte, onde aparece com 55,82% dos votos, vencendo no primeiro turno.

Esta pesquisa tem o número de registro BR-06677/2022 e foi realizada entre 21/05 a 25/05/2022 com 2 mil entrevistados em Teresina e 89 cidades do Piauí, com margem de erro de 2,19%.

Quase no mesmo dia, Silvio divulgou uma pesquisa do RealTime Big Data, contratada pela TV Antena 10. onde aparece com 39%.

Essa pesquisa tem registro PI-00421/2022e foi realizada entre 18 e 20 de junho com 1.500 eleitores no Piauí com margem de erro de 3%.

Não dá para decidir voto em pesquisa

Passou o tempo em que o eleitor podia decidir o voto 'por quem está vencendo', pois segundo as pesquisas, cada um está vencendo e há um mercado de tentar ganhar voto desta forma. Mais do que nunca, os piauienses precisam analisar delicadamente a história, ações e currículo dos candidatos.

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