quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Brasil faz três gols para valer um, vence Peru e lidera Eliminatórias

O encanto do bom futebol na estreia de Fernando Diniz em Belém contra a frágil Bolívia foi quebrado, mas não ao ponto de evitar a segunda vitória do Brasil nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Depois de dois gols anulados pelo VAR no primeiro tempo, uma cobrança de escanteio na cabeça de Marquinhos decretou a vitória por 1 x 0 no Estádio Nacional de Lima nesta terça-feira, 12.


Neymar cobrou escanteio e encontrou o zagueiro Marquinhos para finalmente o Brasil balançar a rede

Desmantelado, principalmente na etapa final, o Brasil mantém a liderança do processo seletivo com seis pontos e 100% de aproveitamento. A Seleção supera a Argentina nos critérios de desempate. Em outubro, o time voltará a campo contra a Venezuela, na Arena Pantanal, em Cuiabá; e no clássico contra o Uruguai, no Estádio Nacional, em Montevidéu.

O primeiro tempo, em Lima, deu um choque de realidade na Seleção. O Peru se classificou para a Copa do Mundo em 2018. Alcançou a repescagem internacional nas Eliminatórias para 2022. Terminou as últimas duas edições da Copa América entre as quatro melhores. Como se não bastasse o retrospecto, havia o peso da empolgada torcida no Estádio Nacional. Logo, se alguém indicou facilidade na segunda partida, enganou-se.

A marcação do Peru tirou o Brasil da zona de conforto da goleada por 5 x 1 contra a Bolívia, em La Paz. Exigiu paciência e repertório. Aos poucos, o time verde-amarelo foi se impondo e silenciando vozes em Lima. Raphinha abriu o placar, porém estava impedido. Richarlison achou que tivesse desencantado depois das lágrimas em Belém ao ser substituído, mas também teve o gol anulado depois de impressionantes 6m40s de checagem do VAR.

A imposição do Brasil continuou com uma finalização em chute cruzado de Neymar depois de um belo passe de Rodrygo. Gallese desviou a bola com a mão direita e salvou o Peru. Os donos da casa não fizeram Ederson sujar a roupa nem mesmo quando Casemiro errou passe no início da etapa inicial e armou um inofensivo contra-ataque peruano.

Na saída para o intervalo, Fernando Diniz agiu como no Fluminense. Partiu para cima da arbitragem para reclamar do tempo de acréscimo: sete minutos. Esse foi o tempo de paralisação apenas para a checagem do gol anulado de Richarlison. A turma do deixa disso afastou o treinador de lá e os auxiliares assumiram o papel de questionamento.

Depois de um primeiro tempo abaixo do nível apresentado em Belém, mas satisfatório, o Brasil se desencontrou na etapa final. A falta de entrosamento e a desconexão com as ideias de Fernando Diniz em 10 dias de trabalho ficaram claras. O cansaço também. A exibição em Belém havia sido sob forte calor e umidade alta no Mangueirão.

Diniz trocou o centroavante Richarlison por Gabriel Jesus. A essa altura do jogo, o talento individual e a associação entre jogadores começavam a pesar mais do que qualquer truque do dinizismo. A Seleção demorou 26 minutos para finalizar pela primeira vez na etapa final. Depois de uma trama iniciada por Neymar e Rodrygo, Raphinha chutou forte e o goleiro Gallese entrou novamente em cena para evitar o gol canarinho. Gabriel Jesus ainda tentou em outra ação ofensiva, mas não teve êxito.

Uma dos truques mais ensaiados por Fernando Diniz em Belém e em Lima funcionou no fim da partida. Neymar cobrou escanteio e encontrou o zagueiro Marquinhos para finalmente o Brasil balançar a rede sem a interferência do VAR. O lance decisivo lembrou as velhas tramas entre Neymar e Marquinhos na parceria pelo Paris Saint-Germain. 

FICHA TÉCNICA

0 PERU (4-3-3)

Gallese; Corzo, Abram, Marcos López e Trauco (Valera); Cartagena (Jesus Castilo), Tapia e Yotún; Polo (Grimaldo), Guerrero e Carrillo (Ruidiaz)

Técnico: Juan Reynoso

1 BRASIL (4-2-3-1)

Ederson; Danilo (Vanderlson), Marquinhos, Gabriel Magalhães e Renan Lodi; Casemiro e Bruno Guimarães (Joelinton); Raphinha (Gabriel Martinelli), Neymar (Raphael Veiga) e Rodrygo; Richarlison (Gabriel Jesus)

Técnico: Fernando Diniz

Gol: Marquinhos

Cartões amarelos: Tapia, Cartagena, Marcos López (Peru) | Raphinha, Bruno Guimarães (Brasil)

Público e renda: não divulgados

Árbitro: Fernando Rapallini (Argentina)

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