segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Famílias deixam de comprar comida para ter água em casa

Com os reservatórios secos devido à estiagem, a população do semiárido piauiense estão precisando comprar água potável para o consumo. Em Caridade do Piauí, o racionamento acontece em dias alternados e os moradores estão deixando de comprar comida para garantir água em casa. O tambor de 200 L custa, em média, R$ 35.


Reservatório seco no semiárido piauiense/Reprodução/TV Clube

“A situação sem água não é boa porque a gente depende dela para tudo. Quando não tem, a gente tem que comprar. Até que você estando com fome, toma um copo de água, a gente se sustenta. Mas muitos moradores que não têm um prato de comida precisam comprar água", declarou a dona de casa Teresinha de Sousa.

Além da água para o consumo próprio, os moradores também têm de dispor o pouco que conseguem para salvar os seus animais. O agricultor Valdino da Silva relatou que muitas vezes teve que dividir a água que usa para beber com os animais.


Seca no semiárido piauiense/Reprodução/TV Clube

"A gente tira da boca para repartir com o bichinho porque ninguém quer ver ele morrendo de sede. A vida deles é a mesma que a nossa, então o carinho por eles é o mesmo que o nosso", declarou.

Racionamento de água em dias alternados

O secretário de Defesa Civil de Caridade do Piauí, Wellington Sousa, explicou que a medida de racionamento de água em dias alternados é necessária porque, neste período de seca, as pessoas utilizam mais água e o bombeamento dos reservatórios acaba sendo insuficiente para atender a demanda da população.

“Hoje a água é ligada 24 horas para o nosso município, então passamos 24 horas sem água da Barragem Poços dos Marruás. Às vezes, há locais mais altos da cidade que passam até mais dias sem água por conta dessa deficiência em bombeamento. A partir de Caridade do Piauí, dos reservatórios que têm, daqui é bombeado a água para Curral Novo e Simões, então, dizem que o bombeamento é insuficiente para atender a demanda nesse período”, afirmou o secretário.

De acordo com a Secretaria Estadual de Defesa Civil, há 400 caminhões credenciados para a região e 102 já irão circular para atender a população no semiárido piauiense.

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