A médica neurologista Larissa Teles usou a tribuna da Câmara Municipal de Parnaíba na última terça-feira, 11 de março, durante a 9ª sessão Ordinária de 2025, para fazer um forte pronunciamento sobre a defasagem salarial e a precarização das condições de trabalho dos profissionais da saúde no município. Em sua fala, ela expôs a realidade vivida por médicos, psicólogos e nutricionistas, que não recebem reajustes compatíveis com a inflação há anos, enquanto a gestão pública destina altos investimentos para eventos e festividades.
![]() |
Larissa faz um forte pronunciamento sobre a defasagem salarial e a precarização das condições de trabalho dos profissionais da saúde do município/Reprodução |
Segundo Larissa, em 2011, seu salário líquido era de R$ 3.500. Hoje, após 14 anos de serviço e com um mestrado concluído, sua remuneração subiu para apenas R$ 4.200, um aumento de R$ 700 em mais de uma década. “Se fosse ajustado proporcionalmente, meu salário deveria estar em torno de R$ 9.000”, destacou a médica, comparando sua situação com a de outros servidores municipais, como vereadores, que receberam reajustes mais expressivos no mesmo período.
A profissional também ressaltou que a desvalorização afeta toda a categoria, mencionando que nutricionistas e psicólogos do município recebem salários que giram em torno de R$ 1.800, com aumentos irrisórios ao longo dos anos. “Uma psicóloga que foi aprovada no concurso há 14 anos teve um reajuste de apenas R$ 300 em todo esse tempo”, disse.
Além dos baixos salários, Larissa expôs a precariedade da estrutura de trabalho dos profissionais da saúde, mostrando imagens de consultórios em condições inadequadas, falta de materiais essenciais e instalações comprometidas. Ela também destacou a dificuldade no atendimento a pacientes com autismo devido à ausência de recursos específicos para essa população.
![]() |
Local de trabalho insalubre/Reprodução |
![]() |
Local de trabalho insalubre/Reprodução |
Em sua fala, a médica comparou os gastos da prefeitura com eventos ao investimento na saúde pública. Segundo ela, só com três shows recentes, o município gastou cerca de R$ 1 milhão — valor que, segundo suas contas, equivale ao salário de 335 médicos especialistas. “Enquanto a gestão prioriza grandes eventos, nós, que cuidamos da saúde da população, seguimos desvalorizados”, afirmou.
Diante desse cenário, Larissa e outros profissionais da saúde reivindicam a implementação de um plano de carreira que contemple reajustes salariais periódicos e valorização da qualificação profissional. “Nós não deveríamos precisar vir aqui a cada 14 anos para pedir o óbvio”, declarou. Informações PCN
Nenhum comentário:
Postar um comentário