A baixaria durante a campanha política que irá definir
prefeitos e vereadores em todo o Brasil não é exclusividade de Barra do Corda
no Maranhão, que ganhou generosos espaços na mídia e redes sociais do país
inteiro, pela forma como os partidários dos candidatos fazem ataques pessoais e
palavras de baixo calão.
No Piauí, em Aroazes a disputa pela prefeitura está chegando
ao mesmo nível. Na última semana o sobrinho do candidato Tomé (PTB), o delegado
de Polícia Civil Tales Gomes, fez uma postagem agressiva e de cunho machista no
Facebook, contra a candidata de oposição Talita Valle (PMDB).
Ele chega a chamá-la de tarada, feia, cafona, sem estilo e
brega.
Tales é sobrinho do atual prefeito, Tomé Portela (PTB),
candidato a reeleição no município e neto de Manoel Portela, prefeito
assassinado em 1996, cuja autoria intelectual foi atribuída a Bernardone Vale,
policial civil e pai da candidata Talita. Bernardone chegou a ser condenado e a
cumprir prisão pelo crime.
A candidata Talita se pronunciou sobre a publicação de Gomes
afirmando não conhecer o delegado.
“Nunca tive contato com ele. Se ele passar na minha frente
não sei dizer quem ele é. Já acionamos a Corregedoria da Polícia e a Justiça
Eleitoral para analisar as ofensas”.
A postagem foi editada e o delegado retirou os adjetivos com
relação ao nome da candidata.
Mais confusões registradas no interior do Piauí durante as
campanhas políticas
O acirramento na disputa eleitoral no Piauí não fica restrito
a Aroazes. Em Bertolínia a esposa do atual prefeito, Luciano Fonseca, e sua
mãe, a vereadora Dalvina, foram acusadas de agredir uma mulher identificada
como Luana Barbosa.
Luana Barbosa já estaria recebendo ameaças da vereadora por
afirmar que não ia votar no atual prefeito. A vítima registrou um Boletim de
Ocorrência contra as acusadas e fez exames de corpo delito.
Em Luzilândia, dois grupos políticos discutiram quando ambos
faziam carreata no município. Ao passar pela mesma avenida, houve momentos de
muita tensão, com relatos de agressões, sendo que pelo menos um tiro foi ouvido
durante a discussão.
Em abril, a ex-vereadora da cidade de Miguel Leão,
Jaqueleide, acusou o próprio irmão, Jaílson, vice-prefeito da cidade, de tê-la
espancado por conta de divergências políticas. Jaílson chegou a prestar
depoimento na Delegacia da Mulher e negou a agressão, mas confessou ter brigado
com a irmã.
Em Curimatá, o prefeito Reidan Kléber e o ex-prefeito
Valdecir Júnior, que disputam as eleições para a prefeitura da cidade, trocaram
socos durante uma discussão. As agressões ocorreram durante uma festa de
vaquejada em Parnaguá, município vizinho. Reidan Kléber teria saído com a
camisa rasgada e Valdecir Júnior levado ao hospital com alguns ferimentos.
Em agosto, na cidade de Batalha, um homem foi morto pelo
próprio amigo por conta de um desentendimento motivado por divergências políticas.
Os dois estavam bebendo em um bar falando sobre política quando começou a
discussão. A vítima, Lucídio, saiu do local em uma motocicleta, quando o outro
rapaz foi logo atrás em um automóvel e o atingiu. Por conta do impacto, Lucídio
ficou gravemente ferido e morreu ainda no local.
Em Boa Hora, o vigilante Augusto César foi esfaqueado antes
de uma concentração política do atual prefeito e candidato a reeleição Zé
Rezende (PT). Segundo informações de testemunhas, o suspeito de ter agredido a
vítima com golpes de faca é simpatizante do candidato da oposição, e assassinou
Augusto por conta de uma discussão sobre campanha política.
Já no município de Barra D’Alcântara, um homem identificado
como Fransualves afirma ter sido agredido pelo presidente da Câmara de
Vereadores da cidade, Doninho, candidato a vice-prefeito do município. A
agressão teria ocorrido na própria Câmara depois de uma sessão que terminou em
discussão política. A vítima chegou a registrar boletim de ocorrência e fez
exame de corpo e delito em Teresina.
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