Por Teodoro Neto |
Uma tartaruga encontrada com as vísceras expostas em Barra
Grande, chamou a atenção dos pesquisadores para a preservação do ecossistema da
região litorânea do Piauí. O animal é da
espécie Tartaruga verde - Chelonia mydas e é muito comum na região de Cajueiro
da Praia, município a 384 km de Teresina.
A doutoranda em Sistemas Costeiros e Oceânicos e
pesquisadora do IPIPEA, Geórgia Aragão pontuou que o consumo deste tipo de
tartaruga, apesar de criminoso, é comum na região mas traz sérios riscos à
saúde. "Esses animais são cheios de doenças, inclusive doenças que nós
passamos para eles, como a herpes. Lá pelos povoados de Cajueiro há o consumo
há décadas. Se a gente andar em algumas casas vemos até cascos desses animais
nas paredes. Você conversa com eles e eles dizem que consumiram, porém, como
hoje é proibido, eles dizem que consumiram quando não era", explica a
pesquisadora.
Para consumir a carne da tartaruga, pescadores quebram o
plastrão, que é a carapaça de baixo, e retiram toda a carne para consumo,
deixando apenas as vísceras do animal.
Geórgia acrescenta que em algumas ilhas do Delta do Parnaíba
ocorre a mesma prática. O animal se encontra na lista de vulnerabilidade da União
Internacional para a Conservação da Natureza e sua pesca e extermínio pode ser
considerado crime perante a lei de 9.605/98, que proíbe a pesca ou caça de
qualquer espécie em ameaça.
"A gente precisa entender que esses animais são
indicadores ambientais e a retirada de um indivíduo desses da natureza pode
gerar problemas em cadeia que em algum momento vai chegar até nos seres
humanos. Nos colocarmos nesse processo é fundamental para a conservação
ambiental" alerta a pesquisadora.
IPIPEA
O instituto Piauiense de Pesquisa Aplicada para a Gestão
Pública trabalha há dois anos na região de Parnaíba em três frentes: ambiental,
social e econômica. "Somos
pesquisadores sem patrocínio de grandes empresas, trabalhamos com recursos
próprios e por isso pouco nos conhecem. Estamos nas praias, mas sem fardas.
Pouca gente sabe o que estamos fazendo", explicou a bióloga. Informação Rayldo Pereira
Foto reprodução | Instagram |
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