Por Renato Santos
É do conhecimento público o recente episódio da prisão de um
indivíduo em flagrante portando substancias entorpecentes, ato que se tornou
rotineiro em Parnaíba, graças a eficiência dos organismos de segurança pública.
De caso a fato o meliante ao chegar na Delegacia disse às
autoridades, voluntariamente quando questionado: que o veículo utilizado havia
sido tomado por empréstimo de um amigo. Pela documentação apreendida ficou
constatado que pertencia a Prefeitura de uma cidade próxima a Parnaíba. Fato
oficialmente, desmentido de imediato.
Outra particularidade partiu também do acusado ao prestar a
informação de que tinha vínculo empregatício com a Prefeitura de Parnaíba.
Informação que ficou constatada por portaria de nomeação nº 220/2017 de
19/01/2017, e por uma suposta portaria de exoneração nº 983/2017 de 25/04/2017,
esta jamais publicada no Diário Oficial do Município, procedimento que levantou
diversas suspeitas da sociedade e amplamente divulgado pelos “blogs” locais.
Para não emitir qualquer comentário de afogadilho, busquei
no Diário Oficial e não tendo encontrado a publicação da “suposta portaria”,
tomei, como cidadão parnaibano, a iniciativa de buscar uma informação junto ao
amigo e respeitado advogado, além de Procurador Geral do Município, Dr.Ricardo
Mazulo, e fi-lo por meio de uma postagem em um “blog” no qual ele estava
interagindo sobre o assunto.
Decorrido mais de 12 horas não obtive qualquer resposta e
como havia dito na mesma postagem que iria considerar a omissão de relevante
informação como um fato verídico para a “suposta” portaria, o faço agora, sem,
todavia, expressar como simples cidadão o meu direito de não ficar calado
diante dos fatos.
Não é a primeira vez que fica comprovado a participação de
traficantes de drogas na atual gestão municipal ocupando cargos comissionados,
isto é, de confiança. O primeiro caso houve um esclarecimento oficial do poder
público destacando o interesse de reintegrar o acusado à sociedade dando-lhe
uma oportunidade de trabalho; atitude louvável.
Na segunda vez a situação foi diferente, o funcionário
comissionado afirma ter vínculo com a Prefeitura, além do que comprova portaria
de nomeação de nº 220/2017, de 10/01/2017. O elemento foi preso em flagrante
delito e se encontra encarcerado, acrescente-se que ele é um apenado da
Justiça, fugitivo ou não, resta saber.
É intrigante como essas pessoas conseguem cargos públicos no
município sem qualquer averiguação prévia dos seus conhecimentos e idoneidade,
e pasmem quanto ao caso em tela, logo num dos setores que deveria ser composto
por pessoas de ilibada reputação. É no mínimo uma situação deslavada de falta
de comprometimento com a ética e os bons costumes.
Quantos e quantos profissionais estão em busca de
oportunidades percorrendo as vias do mercado do trabalho local e não conseguem
uma vaga, pois o que prevalece na seleção não é a meritocracia, mas, a anarquia
facetada e o engodo.
Onde chegou nossa cidade!
Autoridades!
Ouçam o clamor da sociedade!
Averiguem oficialmente os fatos denunciados e os destinem às
providências legais - sempre legais -, sob pena de se tornarem cúmplices da
“vactancia”, se existente.
A situação é séria!
Urgem providências rápidas!
“Calado não posso ficar”.
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