Por Teodoro Neto |
Uma nota divulgada pelo Vaticano noticiada pelo jornal
italiano “Corriere della Sera” neste sábado (17), afirma que uma comissão da
Santa Sé estuda um decreto que permite ao pontífice excomungar pessoas por
“corrupção e associação mafiosa”. Na prática, os corruptos e os mafiosos seriam
excluídos da comunidade dos fiéis da Igreja Católica.
Segundo a nota do Vaticano, a questão é extremamente
importante e delicada, e por isso “são necessários aprofundamentos a nível
internacional e de doutrina jurídica da Igreja”. Entretanto, o Papa Francisco
já expressou sua posição de forma clara no prefácio do livro do cardeal Peter
Tuckson, onde ele definiu a corrupção com “um câncer” e exortou a “lutar
conjuntamente” contra esse fenômeno.
Em seu texto, Francisco lançou um apelo para “se unir e
lutar contra essa blasfêmia, esse câncer que está desgastando nossas vidas. A
Igreja não deve ter medo de purificar si própria".
Segundo Francisco, a corrupção está na "origem da
exploração do homem", da "decadência e falta de
desenvolvimento", do "tráfico de pessoas, armas e drogas", da
"injustiça social e da humilhação", da "escravidão e
desemprego".
Na quinta-feira (15), foi realizado um grande seminário
internacional em Roma com cerca de 50 personagens envolvidos na luta contra a
corrupção e as máfias, entre os quais juízes, bispos, membros das instituições
políticas vaticanas, de vários países e das Nações Unidas, chefes de movimentos
sociais, vítimas, jornalistas, estudiosos, intelectuais e embaixadores.
O cardeal Peter Tuckson, abriu a reunião declarando que a
razão do "encontro é tentar enfrentar um fenômeno que leva a pisotear na
dignidade das pessoas. Nós queremos afirmar que não podemos jamais pisotear ou
negar a dignidade das pessoas". Informação G1
Foto: ONU/ UN Photo/Amanda Voisard/Eskinder Debebe/Rick
Bajornas/Mark Garten
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