Edição Parnaibapontocom
A semana de 17 a 23 de setembro foi a de maior
índice de focos de calor deste ano no Piauí. Somente nesta semana, segundo Gildênio Sousa, coordenador estadual do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios
Florestais (Prevfogo) no Piauí, o número de focos em apenas
sete dias foi considerado maior do que a leitura mensal normal do ano.
Para o coordenador esse aumento é visto com
preocupação, é o uso incontrolável do fogo, provocado principalmente pela ação
do homem.
"Dentro desse período, de 17 a 23, foram 1,132 focos, o
que corresponde a 18% dos focos de todo
o ano, até agora, se concentrou nesta semana. Isso é um dado, uma leitura
preocupante, porque isso é um indicativo de mês, de julho ou agosto.
Praticamente, em uma semana de setembro queimou praticamente agosto do ano
passado", alerta Gildênio.
Os dados apresentados foram obtidos por meio dos satélites
de referência aquatard, que faz uma leitura objetiva dos focos, ignorando os
falsos alarmes.
O coordenador esclarece que a expressão foco de calor é usada
porque não há uma confirmação exata se a área afetada passa por um incêndio ou
por uma queimada, isto é, não existe uma interpretação se o fogo está sob
controle ou não.
Segundo Gildênio, o Piauí já registrou 6.203 focos
de calor do dia 1º de janeiro a 25 de setembro deste ano; o dobro se comparado com o mesmo período do ano passado. Em 2017, foram 3.852 focos.
"Representa um aumento de quase 60%, que já era
esperado porque a vegetação cresceu e tivemos uma estação seca mais
prolongada", argumenta o coordenador.
"A diferença também ocorreu devido a consolidação do El
Niño, que não tivemos no ano passado. Em
2018, tivemos La Niña com chuvas mais regulares. Esse ano com o El Niño estamos
com condições atmosféricas mais acentuadas com a umidade relativa do ar muito
baixa, uma forte radiação solar e as temperaturas mais elevadas,
características dessa estação de seca mais longa".
Até o dia 25 de setembro, os municípios com uma leitura mais
crítica de focos de calor são: Floriano, Uruçuí, Baixa Grande do Ribeiro,
Jerumenha, Sebastião Leal, e Canto do Buriti.
A preocupação do Prevfogo, do Ibama inclui o aumento dos
focos de calor e as limitações emergenciais para combatê-los, tanto o quantitativo
como o acionamento.
São várias brigadas (do Estado, de Voluntários, e de alguns
municípios), mas devido a ampliação dos focos a quantidade de combatentes
poderá não ser suficiente.
Ele alerta para a queimada controlada, com autorização dos
órgãos competentes, e o cuidado de não provocar incêndios, que é considerado
crime, pode ajudar a diminuir os focos.
"É preciso retomar o planejamento e a execução do plano
estadual de ação de controle de
queimadas e combate aos incêndios
Portanto, das atividades de cada membro dos entes federativos
envolvidos, como também da sociedade civil", comentou.
Informações Cidade Verde
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