terça-feira, 18 de agosto de 2020

Polícia Federal diz que Tony Trindade monitorou investigações

Na manhã desta terça-feira, 18, a Polícia Federal realizou coletiva para falar sobre a Operação Acesso Negado. A ação resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão e na prisão do jornalista Tony Trindade (foto abaixo) em Teresina.

Segundo a PF, o jornalista é apontado como autor de estratégias que beneficiaram investigados da operação Delivery, que apura desvios de recursos da Educação na cidade de União.
A PF informou que o jornalista realizava o monitoramento ilegal de informações e teria antecipado etapas da operação aos alvos.

"O jornalista estava realizando monitoramento diários das investigações, estava obtendo informações de caráter sigiloso, onde só seria possível através de acesso ao processo judicial, que tem caráter sigiloso.  Ele também se reunia com testemunhas para orientá-las", explicou o delegado Alan Reis.

De acordo com a PF, um grupo suspeito de interferência nas investigações soube de forma antecipada da data que iria ser realizada  uma das etapas da operação.
Ainda conforme a polícia, o jornalista deverá ficar preso preventivamente, por tempo indeterminado. 

"A prisão preventiva é um instituto jurídico que não tem prazo. Visa garantir a ordem pública e a instrução criminal. Diversos elementos de prova estão sendo analisados. Corre o risco do investigado ser reincidente e atrapalhar mais as diligências que estão em curso", explicou o delegado Alan Reis.

Jornalista sobre a prisão
A assessoria de imprensa do jornalista Tony Trindade, da TV Band Piauí, divulgou uma nota de esclarecimento sobre a prisão do apresentador, ocorrida na manhã de hoje, 18.
Na nota, o mandado de prisão contra o jornalista foi classificado “descabido e desproporcional”, alegando que Tony não teria sido ouvido pela Polícia Federal antes de sua condução.

Confira a nota na íntegra:
“A assessoria de imprensa do jornalista Tony Trindade considera oportuno esclarecer fatos a respeito da Operação “Acesso Negado”, deflagrada nesta terça-feira (18) pela Polícia Federal, em Teresina, Monsenhor Gil e União e que resultou na prisão preventiva do jornalista.
Conforme nota divulgada pela própria PF, a operação investiga “atos ilegais de intervenção/embaraçamento” à investigação de desvios de recursos públicos destinados à educação na cidade de União, cabe ressaltar que na qualidade de apresentador de programa de televisão e colunista de jornal, Tony Trindade, ao veicular fatos da operação, apenas fez o seu dever de jornalista e formador de opinião.
O mandado de prisão preventiva a título de frear a divulgação de informação soa descabido e desproporcional, uma vez que o jornalista sequer foi ouvido pela autoridade policial antes da condução.
É temoroso ao exercício profissional, que jornalistas sejam presos por relações com suas fontes, relações essas que são asseguradas pela própria Constituição Federal.
Tony Trindade coloca-se à disposição das autoridades, certo de que atos ilegais não prosperarão com o aval da justiça”.
Viagora 

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