quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Polícia apreende R$ 145 mil em espécie na casa do Secretário municipal de finanças e filho de prefeita de Luís Correia-PI

O secretário municipal de finanças de Luís Correia, Pedro Júnior Fontenele Brito, e filho da prefeita do município, Maria das Dores Fontenele Brito, mais conhecida como Maninha Fontenele, foi alvo de duas operações contra lavagem de dinheiro e organização criminosa, nesta quarta-feira, 7.


  Secretário municipal de finanças de Luís Correia, Pedro Júnior Fontenele Brito/Reprodução TV Clube 

Conforme apurado pela Rede Clube, foram cumpridos mandados de busca e apreensão das duas operações na casa de Pedro Júnior. O g1 não conseguiu contato com o gestor.

Dinheiro apreendido


Secretário municipal de finanças e filho de prefeita no PI é alvo de duas operações contra lavagem de dinheiro no mesmo dia/Reprodução

Segundo a Polícia Civil, na casa do secretario municipal Pedro Júnior Fontenele Brito foram apreendidos R$ 145 mil em espécie. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) informou que não foi cumprido o mandado de prisão contra o suspeito porque ele não estava na residência no momento da ação. Havia um mandado de prisão contra Pedro Júnior Fontenele, mas ele não foi localizado.

O segundo investigado pelos crimes de fraude licitação, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa é um empresário que foi preso. Os policiais encontraram com ele documentos e anotações relacionados ao município de Luís Correia, que podem culminar em novas investigações.

Além disso, houve o sequestro de bens de dois e dois carros foram apreendidos. O sequestro de bens serve para a Justiça serve para efetuar a constrição de um produto que teria sido adquirido através de um crime.


Secretário municipal de finanças e filho de prefeita de Luís Correia é alvo de duas operações contra lavagem de dinheiro no mesmo dia/Reprodução


O que diz a prefeitura

A prefeita Maninha Fontenele se manifestou por nota, afirmando que não é citada em qualquer investigação e não sofreu qualquer ato por parte do Poder Judiciário.

Além disso, a gestora informou que determinou a exoneração de todos que foram citados na investigação rescindiu, de forma unilateral, o contrato com a empresa citada pelos órgãos de segurança. Leia a íntegra do comunicado ao fim da reportagem.

As operações LED e Volt, a primeira da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Piauí (FICCO-PI) e a segunda do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Piauí (MPPI), visam combater uma série de crimes e tiveram diversos alvos, não apenas no estado, como também em outras unidades federativas.

Operação Volt

A operação foi deflagrada pelo MPPI, por meio do GAECO, em conjunto com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) e a FICCO.

O objetivo da ação foi cumprir 10 mandados de sequestro de bens, oito mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva distribuídos entre as cidades de Luís Correia, Parnaíba e Teresina, conforme decisão da Central Regional de Inquéritos de III – Polo Parnaíba.

“A investigação visa apurar desvios de recursos públicos destinados ao serviço de iluminação pública do Município de Luís Correia, por meio das condutas criminosas de fraude à licitação, corrupção ativa e corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa”, informou o Gaeco em nota.

Entre os alvos estão agentes públicos, empresas com atuação no município e seus sócios-proprietários.

Até o momento, a investigação apontou a existência de uma estrutura criminosa composta por agentes públicos, empresários e suas respectivas empresas que tem por fim desviar recursos públicos do município de Luís Correia.

“A dinâmica criminosa consiste no direcionamento de licitações à determinada empresa utilizada pela organização criminosa, seguido de sua contratação com sobrepreço pelo ente municipal”, explicou o Gaeco em comunicado.

Segundo o órgão, após o pagamento da empresa, parte do recurso público era remetido, diretamente ou por meio de pessoas interpostas, a agentes públicos ocupantes de cargos na estrutura da prefeitura.

Operação LED

A Operação LED investiga crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de drogas. Ao todo, 24 mandados judiciais foram expedidos pela Central de Inquéritos de Parnaíba para serem cumpridos em Luís Correia, Maracanaú (CE), São Luís (MA), Itaquaquecetuba (SP) e Guajará-Mirim (RO).

As ordens judiciais tratam de 12 mandados de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão. Quatro pessoas haviam sido presas até o início da manhã. A FICCO não deu detalhes sobre as prisões e não revelou a identidade dos presos.

Segundo a FICCO, a operação visa combater lavagem de dinheiro, proveniente de tráfico de drogas, em contexto de facção criminosa com atuação no Norte do Piauí.

Em nota, a Força Integrada informou que a investigação identificou que o dinheiro proveniente do tráfico de drogas era submetido a sucessivos depósitos, transferências e saques, com utilização de contas dos próprios investigados e de terceiros, para retornar à facção criminosa, que o utilizava para o pagamento de fornecedores na fronteira.

A FICCO/PI é composta pela Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Polícia Rodoviária Federal do estado, e baseia-se no modelo cooperativo, no qual trabalham de forma integrada vários profissionais que compõem mais de um órgão do Sistema Único de Segurança Pública – SUSP.

Nota prefeita de Luís Correia

"Venho a público esclarecer sobre os últimos fatos noticiados pela imprensa neste dia 07 de fevereiro do ano corrente. Esclareço que não sou citada em qualquer investigação e nem sofri qualquer ato por parte do Poder Judiciário. Sempre pautei por uma gestão transparente, sendo que as contas da gestão, foram julgadas e aprovadas por unanimidade pelos órgãos de controle.

Informo, ainda, que determinei a exoneração de todos que foram citados na investigação, mesmo não fazendo qualquer juízo de valor quanto a culpabilidade, tal medida visa proporcionar aos acusados as condições ideais para esclarecimentos dos fatos, bem como, a imediata rescisão contratual, de forma unilateral, com a empresa citada.

Confio na Justiça do meu Estado, ao tempo que me coloco à disposição para demais esclarecimentos, reafirmo meu compromisso com o mandato e o respeito pelos cidadãos de Luís Correia". Informações G1 Piauí 

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