quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Justiça dá 10 dias para Instituto de Criminalística esclarecer se demora prejudicou a perícia nos cajus

A Justiça do Piauí deu 10 dias para o Instituto Criminalística responder vários questionamentos, entre o principal se a demora na perícia dos cajus prejudicou a conclusão do laudo sobre o envenenamento dos irmãos em Parnaíba.

Os irmãos Ulisses Gabriel da Silva, 8, e João Miguel da Silva, 7, envenenados em agosto do ano passado/Reprodução 

Cidadeverde.com entrou em contato com a assessoria do Instituto de Criminalista do Piauí e aguarda posicionamento do órgão. O espaço está aberto para esclarecimentos. 

O pedido foi do promotor de Justiça, Silas Sereno Lopes, que acompanha o caso do envenenamento dos irmãos Ulisses Gabriel da Silva, 8, e João Miguel da Silva, 7, que ocorreu em Parnaíba, em agosto do ano passado. O laudo nos cajus saiu na última quinta-feira, 9.

Com o resultado do laudo definitivo que apontou que os garotos não foram envenenados com os cajus, o Ministério Público Estadual conseguiu a soltura da vizinha – Lucélia Maria da Conceição Silva, 53, – que foi presa em agosto do ano passado suspeita de envenenar os meninos com a fruta. 

Diante da negativa do laudo, o promotor solicitou novas diligências e fez os seguintes questionamentos no processo para ser respondido pelo Instituto Criminalística.

Veja alguns questionamentos: 

O transcurso do lapso temporal entre a coleta do vestígio e a realização da perícia tem capacidade de acarretar prejuízo na conclusão do laudo pericial, pela deterioração dos vestígios?

Qual a forma de armazenamento dos vestígios?

Existem fotografias do momento da arrecadação dos vestígios, ou seja, da sacola contendo os cajus consumidos pelas crianças?

Qual foi a data da perícia referente à demanda nº 00085722-89 (cajus encontrados no lixo)?

Qual foi a data da perícia referente à demanda nº 00085722-89 (cajus descartados pelas vítimas)?

De acordo com um documento obtido pela TV Cidade Verde, foram apreendidas amostras de cajus em duas ocasiões distintas: na residência da investigada e entre os cajus descartados pelas vítimas após o consumo. No entanto, o MPPI afirma ter identificado inconsistências na cadeia cronológica dos vestígios analisados.

“O caju é perecível e há um lapso temporal até o resultado do laudo e é preciso esclarecer se o tempo pode sumir vestígios nesses casos”, disse o promotor. 

O primeiro laudo que saiu ano passado revelou que nos corpos dos meninos tinham a presença de terbufós, pesticida usado em plantas e é uma substância do “chumbinho”. 

O inquérito da morte dos irmãos foi reaberto e está sendo investigado pela Delegacia de Homicídio.

Entenda mais

Lucélia Maria, acusada de envenenar os cajus e entregá-los às crianças, foi liberada da Penitenciária Feminina de Teresina nesta segunda-feira, 13, após decisão judicial. O Instituto de Criminalística descartou a presença de veneno nos frutos que teriam provocado a morte dos irmãos.

Por outro lado, os exames de necrópsia confirmaram a presença de uma substância semelhante ao "chumbinho" no estômago das crianças. De acordo com a polícia, inspeções realizadas na residência de Lucélia identificaram vestígios de veneno. Entretanto, o laudo pericial sobre os cajus foi concluído apenas cinco meses após a prisão da suspeita, constatando que os frutos não estavam contaminados. Informações Cidadeverde.com

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