A Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), deflagrou na manhã desta quinta-feira, 21, a Operação Indébito contra fraudes digitais em planos de saúde.
Operação Indébito contra fraudes digitais em planos de saúde/Divulgação PCPI
De acordo com o delegado Humberto Mácola, cerca de 200 pessoas foram vítimas do golpe do falso boleto entre 2023 e 2025, sendo pelo menos 40 no Piauí. Até o momento, 17 suspeitos foram presos, e o prejuízo estimado varia de R$ 200 mil a R$ 500 mil.
A ação contou com o apoio das Polícias Civis de São Paulo, Paraíba, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
Entre os presos está um hacker responsável pela criação dos sites fraudulentos. Segundo Mácola, ele confessou o crime e detalhou como o esquema funcionava.
“Alguns já estão colaborando, já confessaram o crime, uns disseram que confeccionavam os boletos falsos. O hacker está entre os presos, está colaborando, confessou e explicou com riqueza de detalhes como criava os sites e como era contratado. Ele chegou a dizer que até ontem ainda conversava com os criminosos de São Paulo”, acrescentou o delegado.
Ao todo, foram expedidos 80 mandados judiciais pela Central de Inquéritos de Teresina, entre prisões temporárias e buscas e apreensões. A Justiça também determinou o bloqueio de 43 contas bancárias ligadas a investigados, medida que busca garantir o ressarcimento das vítimas.
Segundo as investigações, a quadrilha utilizava sites falsos de empresas como Unimed e Humana Saúde, além de anúncios patrocinados na internet, para atrair pessoas que buscavam serviços como a emissão da segunda via de boletos. Após acessar as páginas fraudulentas, as vítimas eram direcionadas a atendimentos via WhatsApp, onde criminosos solicitavam dados pessoais e bancários antes de emitir os boletos falsos. De acordo com o delegado Humberto Mácola, a investigação revelou a existência de diferentes núcleos envolvidos no golpe.
“Um núcleo que criava os sites estava na Paraíba. Um hacker era contratado pelos grupos de São Paulo para desenvolver as páginas falsas. Esses sites eram impulsionados em plataformas de busca, e quando a vítima procurava por pagamento de boletos de planos de saúde, era direcionada para essas páginas. Após isso, os núcleos de São Paulo abordavam as vítimas pelo WhatsApp, se passando por atendentes, e repassavam boletos falsos. Acreditando que estavam quitando o plano de saúde ou financiamento, as pessoas só descobriam o golpe meses depois, ao receberem cobranças da empresa verdadeira”, explicou o delegado.
Os valores pagos eram depositados em contas de “laranjas” e transferidos rapidamente, dificultando o rastreamento. Ainda de acordo com a Polícia Civil, o grupo possuía uma estrutura hierárquica organizada, com líderes, suporte técnico e operadores financeiros responsáveis por movimentar os recursos obtidos de forma ilícita.
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