Editado por ParnaíbapontoCom |
Ontem, na comemoração do Dia da Cardiopatia Congênita, pais
e familiares de crianças que faleceram por causa da doença e por não
conseguirem realizar a cirurgia devido à longa fila de espera fizeram uma
manifestação em frente ao prédio da Secretaria Estadual de Saúde (SESAPI), no
Centro Administrativo, em Teresina.
Uma homenagem póstuma com dois caixões pequenos colocados na
calçada e uma faixa lembrando o dia da doença cardíaca e que ela mata foram
deixados na calçada da Sesapi. Pais e avós que perderam as crianças com
problema de cardiopatia congênita fizeram um velório simbólico.
De janeiro de 2016 até maio deste ano, já morreram 14
crianças por não poderem ser submetidas a cirurgias no Piauí e tiveram
dificuldades de viajar para outros estados que realizam a cirurgia de
Cardiologia Congênita. Hoje, 21 crianças estão na fila de espera aguardando
viajar para outros estados, como Pernambuco e São Paulo, para fazerem a operação
cardíaca.
O movimento, realizado pelos familiares das crianças Esdras,
Artur e Ysabella, que morreram por não ter tido tempo para que pudessem viajar
e serem operados, teve a intenção de pedir mais agilidade da Secretaria
Estadual de Saúde para que outras famílias, que têm casos semelhantes, não
sofram tão precocemente.
Ainda na manhã de ontem, os familiares das três crianças e
representantes do Conselho Tutelar de Teresina foram recebidos pelo
representante do Ministério Público Federal, procurador da República, Kelston
Lages.
Os pais da crianças falecidas pediram ao Ministério Público
Federal que acione a Justiça contra o Ministério da Saúde e a Secretaria da
Saúde do Piauí para fazer valer a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e
do Adolescente e do Marco legal da Primeira Infância e viabilize o tratamento
dos recém-nascidos que têm esse problema de saúde.
O procurador da República pediu para os familiares
oficializarem tudo. O MPF vai entrar no caso. Ele quer saber de quem é a
responsabilidade no tratamento das crianças que têm problema de Cardiologia
Congênita, se é do Ministério da Saúde ou da Sesapi.
A Secretaria de Saúde afirma que não tem ingerência sobre a
fila nacional de espera para poder fazer as cirurgias. Ontem, no dia da
Cardiologia Congênita, na Maternidade Dona Evangelina Rosa, foi anunciado que
em breve será realizado um mutirão de cirurgias com médicos cardiologistas de
outros estados nas crianças doentes no Piauí.
O conselheiro tutelar Djan Moreira declarou que esse mutirão
irá acontecer depois de uma luta existente por parte dos familiares dos
recém-nascidos. Ele considera que o mutirão é um avanço, mas não é o ideal.
“Nós queremos é que seja resolvido essa questão definitivamente”, falou Djan
Moreira. - Marcelo Rocha
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