Edição Teodoro Neto |
A greve dos agentes penitenciários, que começou oficialmente
nesta segunda-feira (11), suspende por tempo indeterminado as prisões em todo o
Estado. Também estão suspensas as visitas familiares e íntimas, atendimento a
advogados e a condução de presos para audiências.
O movimento paradista reivindica reajustes salariais e
melhores condições de trabalho. Para se ter ideia, em todo o Estado, o déficit
de agentes penitenciários é de 53,4%. Em números práticos, são 500 agentes para
dar conta de cerca de 4.600 presos.
“O Estado está nos roubando. Tem agentes que deveriam
receber mais de 700 reais de insalubridade, de acordo com a lei, e recebem
apenas 300. O nosso último reajuste foi decorrente de uma greve que fizemos no
ano de 2013, parcelado em quatro ano, e a última recebemos em novembro do ano
passado”, aponta José Roberto, presidente do Sindicato dos Agentes
Penitenciários do Piauí ( Sinpoljuspi).
O presidente exemplifica que a Casa de Custódia foi feita
para 336 presos e hoje possui mais de mil homens alojados. “São apenas 10
agentes por plantão, com uma média de um agente para cada 100 detentos.
Conforme o Conselho Nacional de Política Criminal e Judiciário, para cada cinco
presos é necessário ter um agente”, acrescenta.
“O secretário de justiça [Daniel Oliveira] diz que agente
penitenciário é milionário. Pois desafio ele passar em um concurso público e a
fazer o trabalho de 20 pessoas. Não vamos parar o movimento enquanto o Governo
não apresentar uma proposta plausível, porque enquanto o governador [Wellington
Dias] vai ao Canadá visitar o sistema prisional de lá sem nunca ter ido à Casa
de Custódia. Fica difícil se fazer um trabalho a contento. Os presos dominam o
sistema prisional do Piauí. Quem sofre com isso é a sociedade”, finaliza. Informações de Lucrécio Arraes/Portal Meio Norte
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