Edição Teodoro Neto
Na tarde desta sexta-feira (15), uma doméstica de 23 anos
decidiu pela segunda vez romper com o silêncio e buscar ajuda na Delegacia
Especializada da Mulher, no Centro, após sofrer mais uma tentativa de
homicídio. A agressão ocorreu na zona
Leste de Teresina.
Seu companheiro, que está foragido desde a madrugada de hoje
a agrediu com marteladas na cabeça e tentou estrangulá-la, quando percebeu que
estava viva mesmo com os ferimentos.
A vítima afirma que já tentou por diversas vezes deixar o
companheiro, de 37 anos, mas ele a persegue e a obriga a voltar para ele, pois
a ameaça de morte.
Ela, que preferiu não ter a identidade revelada, diz que é
“muito ruim conviver com uma pessoa que não gosta de você, e não te deixa viver
em paz”.
Esperando a prisão do agressor e para realizar os exames de
corpo de delito, a vítima relembra os momentos de desespero que viveu ao lado
da filha.
“Começou hoje de madrugada. Eu estava deitada com a minha
filha quando ele chegou e deitou do lado. Eu me levantei, fiquei sentada, com
aquela angustia dizendo pra eu não dormir. Ele de repente me deu uma cotovelada
no rosto e disse: ‘vou te matar, vagabunda!’. Pegou um martelo, ficou em cima
de mim e começou a tacar na minha cabeça. Fiquei empurrando ele, dizendo me
solta, chamando minha mãe. Quando ele me
soltou, empurrei ele, e ele caiu e correu, achou que eu tinha morrido. Voltou e
tentou me enforcar, mordi ele, foi quando minha irmã apareceu e ele fugiu”,
desabafou.
A primeira tentativa de homicídio ocorreu no começo da
relação, quando os dois passaram a morar juntos, quando a vítima estava com a
filha nos braços e ele chegou desferindo uma facada próxima seu pescoço. Ela
chegou a registrar um Boletim de Ocorrência na época, mas desistiu por medo
dele.
A mãe conta ainda que a filha de três anos vive traumatizada:
“ela fica falando: não deixa o ‘bicho’ matar a mamãe”. O agressor é usuário de
drogas e está desempregado.
De acordo com a vítima, o agressor não a deixa estudar,
falar com as pessoas e conviver tranquilamente com a família. “Ele fica me
vigiando, me espera na porta da escola pra eu não denunciar, me assusta ‘dando
carreira’ em mim e nas minhas amigas”.
Atualmente, ela conseguiu um emprego há três dias e tem
receio de perder a oportunidade de recomeçar. A vítima tenta concluir o ensino
fundamental durante a noite.
Mesmo com receio, a vítima buscou por acolhimento na
Delegacia e ressalta a importância das mulheres de denunciarem seus agressores
para colocar um fim na violência doméstica. Essas mulheres são assistidas pela
Lei Maria da Penha. Informações de Carlienne Carpaso/cidadeverde.com
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