Os servidores estaduais conseguiram adiar a votação da
Proposta de Emenda Constitucional que congela os gastos públicos no Piauí por
10 anos. Na manhã desta terça-feira (20), os deputados membros da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) iriam ler o texto e decidir se aprovavam a PEC
encaminhada pelo Governo do Estado.
Para impedir a votação, os manifestantes protestaram com
palavras de ordem como “Greve Geral Já” e “O Estado Vai Parar”. Eles ainda
jogaram notas de R$ 2,00 e moedas para os deputados. “Quanto vocês querem pra
não aprovar a PEC? Comprados! Bandidos!”, gritaram os militares, policiais
civis, agentes penitenciários, bombeiros, oficiais de justiça e trabalhadores
da educação que lotavam a sala da CCJ.
Segundo Maércio Maia, diretor do Sindicato dos Oficiais de
Justiça do Piauí, as PECs que estão em tramitação na Assembleia Legislativa
precarizam o serviço público porque propõe o congelamento dos gastos e a
suspensão de concursos, além de aumentar a contribuição da previdência em uma
alíquota que não existe no país, de 14%. “Essas propostas representam o colapso
no Estado”, afirma Maércio.
Sob gritos e vaias, os deputados começaram a sessão na CCJ
analisando o orçamento geral do Estado. No entanto, os manifestantes insistiram
nos protestos e afirmaram que os parlamentares queriam votar a PEC “na surdina”.
O deputado João Madison (PMDB) pediu calma, mas o coro do
servidores se sobrepôs às falas dos parlamentares. "Querem nos enfiar essa
PEC goela abaixo e nós não vamos deixar. Vamos lutar, vamos ficar aqui e
garantir que essas medidas não passem, porque isso é um desacato com o serviço
público e com o povo", disse Maércio Maia.
Os servidores queriam que o deputado João de Deus (PT)
atuasse no sentido de retirar a votação da PEC da agenda e pediam a presença do
governador Wellington Dias (PT), que viajou para a Europa, mas já retorna
amanhã.
Sem conseguirem dar continuidade à agenda prevista, os
parlamentares decidiram retirar a pauta. O deputado Severo Eulálio (PMDB)
declarou que é preciso amadurecer a ideia e discuti-la posteriormente. “Só a
PEC não vai ser discutida na CCJ hoje, mas há outros projetos que precisam ser
analisados. Por isso, os trabalhadores precisam contribuir, não se alterarem e
nem atrapalharem a sessão”, afirmou Severo.
O deputado João de Deus explicou que os parlamentares estão
tentando chegar a um entendimento sobre o texto da PEC. “Alguns setores
clamaram por mudanças e isso tem que ser analisado com calma”, justificou.
A PEC volta a ser discutida posteriormente, mas não foi dada
previsão para que isso aconteça. Os servidores temem que esta seja uma manobra
dos parlamentares para evitar novas manifestações.
O Governo do Estado tem pressa para que a aprovação da
proposta ocorra antes do recesso parlamentar. Para evitar que a discussão
retorne à pauta, os servidores disseram que vão continuar monitorando o
andamento do processo na Assembleia e tentam uma reunião com o deputado João de
Deus para voltar a debater pontos da proposta. As informações são do Portal O Dia.
Para impedir a votação, os manifestantes protestaram com palavras de ordem como “Greve Geral Já” e “O Estado Vai Parar” |
Os manifestantes jogaram notas de R$ 2,00 e moedas para os deputados
Edição ParnaíbapontoCom
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