Os protestos contra a aprovação da PEC que corta gastos
públicos por 10 anos no Piauí se intensificaram na manhã desta quarta-feira
(21). Os servidores quebraram três portas, entre elas a de entrada do gabinete
do presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Themístocles Filho (PMDB).
A polícia foi chamada para conter a manifestação e evitar a
entrada dos servidores da sala da presidência, onde os deputados estavam
reunidos. Os manifestantes tentaram ocupar o local porque acreditavam que,
nesta reunião, a PEC estava em pauta e que poderia ser votada às escondidas.
A proposta seria analisada ontem (20) na Comissão de
Constituição e Justiça, mas a votação foi adiada após manifestação dos
servidores. Na ocasião, eles chamaram os deputados de comprados e jogaram notas
de R$ 2,00 e moedas. "Quanto custa para vocês não votarem a PEC?
Bandidos!", gritavam.
Hoje, os ânimos ficaram ainda mais exaltados. A polícia
formou uma barreira na entrada da sala do presidência da Alepi e os
manifestantes negociavam a entrada, tentando convencer os policiais de que eles
também serão afetados. "Eles têm que se juntar a gente. O apoio deles é
fundamental a todos nós", argumentava Kleiton Holanda, do Sindicato dos
Agentes Penitenciários.
A professora da Universidade Estadual do Piauí, Ana Bezerra,
classifica a situação como manipulação de poder ideológico, referindo-se à
polícia protegendo as entradas da Alepi. Os policias evitam falar. Dizem apenas
que estão tentando conter a violência e zelando pelo patrimônio e pela ordem.
Os servidores declaravam que, se a PM não colaborasse, iriam
para o confronto. Na porta da sala da presidência, os manifestantes gritavam
"bandidos, bandidos, votando escondidos!". Eles batiam e chutavam as
portas. Por outro lado, os policiais evitavam a ocupação e mantinham as mãos
nas armas, mas já ameaçavam usar a força.
Por volta das 11h, policiais do Bope chegaram para proteger
a entrada da sala da presidência. O chefe da segurança da Alepi saiu para
conversar com os manifestantes e informou que os deputados iriam receber uma
comissão formada por seis pessoas. Os manifestantes não aceitaram a proposta e
reivindicaram a participação de um representante de cada categoria: Polícia
Militar, Polícia Civil, delegados, oficiais de justiça, agentes penitenciários,
bombeiros, estudantes e trabalhadores da saúde, da educação e da Adapi.
Após a negociação, pelo menos oito pessoas entraram no
gabinete da presidência. No entanto, segundo a delegada Andrea Magalhães, a
comissão não foi recebida pelos deputados. "Estão querendo cozinhar a
gente em banho-maria, tentando enfraquecer nossa luta e dispersar nossos
apoios, mas a ordem é ninguém sair daqui até que nos recebam", afirmou a
delegada.
Os servidores conseguiram adiar novamente a votação, até o
retorno do governador Wellington Dias (PT), que chega da Europa na próxima
sexta-feira (23). As informações são do Portal O Dia.
Edição ParnaíbapontoCom
Nenhum comentário:
Postar um comentário