Edição Teodoro Neto |
Em uma ação de combate ao trabalho escravo realizada nesta
quinta-feira (21) na zona rural de Luís Correia, no litoral do Piauí. A partir
da rodovia PI-116, os auditores fiscais do Ministério do Trabalho se deslocaram
até uma propriedade localizada no povoado Mexeriqueira.
No acampamento os fiscais Paulo Cesar Lima e Ariosto
Ibiapina encontraram boa parte dos 26 trabalhadores, um grupo chefiado por José
Araújo Filho, que prontamente se apresentou, argumentando que todos possuíam
registro em carteira de trabalho. No entanto, as condições degradantes do local
eram facilmente percebidas.
No primeiro momento, o procurou saber detalhes da situação,
fez perguntas e em seguida anotou o nome e a função que cada um exercia.
A alimentação era feita ali mesmo de forma improvisada e sem
qualquer critério de higiene. Uma palhoça era utilizada como espaço para tomar
banho. Para as demais necessidades, no entanto, não havia sequer um local
definido. A fiscalização questionou também sobre os equipamentos de segurança.
Um dos operários chegou a informar que o valor das botas que utilizava foi
descontado do seu salário.
Os trabalhadores evitaram falar negativamente do serviço.
Para eles, não há qualquer irregularidade. Quase todos vieram do vizinho estado
do Ceará. O terreno foi arrendado do proprietário por R$ 5 mil. A ideia é
retirar 400 milheiros de palha em um tempo médio de dois meses. Depois disso o
grupo se desloca para uma nova área, com carnaubal ainda intacto.
O livro de registro contábil foi sequestrado e também foi
determinada a suspensão imediata dos trabalhos, até que o responsável, juntamente
com os funcionários, se apresente na sede do Ministério do Trabalho para
comprovar as informações prestadas e buscar soluções para os problemas
encontrados. A fiscalização chegou a ir a outro ponto próximo dali, onde foram
localizadas sacas do produto obtido com a carnaúba, prontas para a venda.
Segundo os auditores ficais do Ministério do Trabalho, não
restaram dúvidas que os trabalhadores estavam em situação degradante e análoga
à escravidão. “São condições totalmente degradantes. Começando pelo lugar onde
estão instalados, a forma como dormem, a alimentação que é servida, o salário
que estão recebendo. Muitos deles disseram desconhecer o local onde estavam”,
disse Paulo Cesar Lima. Informações Portal Costa Norte
Fotos | Daniel Saturnino |
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