segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Justiça decreta prisão preventiva de líderes do esquema no Golpe do Empréstimo no Piauí

Os homens apontados como líderes do esquema de fraude bancária que causou prejuízo de R$ 19 milhões a uma instituição financeira tiveram suas prisões preventivas decretadas pela Justiça.

Segundo a Polícia Civil, os líderes do grupo são Anderson Ranchel Dias, Handson Ferreira Barbosa, Ilgner de Oliveira Bueno e Sávio Máximo de Sousa.

A investigação apontou que eles atraíam "clientes" que buscavam dinheiro, e usavam seus nomes para enganar os bancos e conseguir créditos altos. O dinheiro era entregue ao cliente, e a quadrilha ficava com uma porcentagem.


Anderson Ranchel, apontado como líder do grupo — Foto: Fantástico


Em depoimento à Polícia, o homem apontado como líder do grupo, Anderson Ranchel, disse que ganhava "um pouco de dinheiro" com a fraude: "realmente ganha um pouco de dinheiro, até porque ganhar 15% de 10, 12 mil, 20 mil não era muito dinheiro" , disse. Entretanto, a investigação apontou que os líderes recebiam até 40%, e os empréstimos chegavam a custar R$ 120 mil.

Segundo a Polícia, 117 pessoas foram identificadas como suspeitas de participar dessa forma da fraude. Em todo o Brasil, são 314 suspeitos. Essas pessoas estão ligadas a mais de 600 contas bancárias com indícios de irregularidades.

Os criminosos anunciavam empréstimos bancários facilitados em grupos de aplicativos, e também nas ruas. Muitos clientes moravam em bairros da periferia de Teresina, e os agenciadores do esquema usavam até carros de som para anunciar o "serviço" de empréstimos. Três dos quatro líderes nasceram e cresceram na periferia, e conheciam pessoalmente boa parte dessas pessoas.


Operação Prodígio: prints mostram conversas entre membros de grupo suspeito de obter R$ 19 milhões em fraudes bancárias; veja — Foto: Reprodução

Depois, contas bancárias eram abertas no nome dessas pessoas, mas informando uma profissão e uma renda diferentes: médicos e engenheiros, por exemplo. O objetivo era forjar uma alta renda para conseguir muito crédito nos bancos.

Em seguida, o grupo depositava na conta um valor compatível com a renda declarada, e o banco entendia que a profissão do cliente era verdadeira. Então, concedia o crédito bancário. Essa operação era feita outras vezes, para que o crédito bancário aumentasse.

Em determinado momento, os criminosos decidiam "limpar" as contas, usando todo o crédito fornecido usando máquinas de cartão ligadas a empresas fantasmas, e não pagavam mais.

Operação Prodígio


Suspeito de liderar esquema de fraude bancária com prejuízo de R$ 19 milhões ostentava vida luxuosa nas redes sociais — Foto: Reprodução

Em 2022, Anderson Ranchel Dias de Sousa viajou mais de 10 vezes para os Estados Unidos

Quase 30 pessoas foram presas no Piauí, na terça-feira, 5, suspeitas de integrar um esquema de fraude bancária que causou prejuízo de R$ 19 milhões a uma instituição financeira no Brasil. Desse valor, R$ 6 milhões são relacionados a golpes praticados em contas bancárias de agências localizadas no estado.

Vinte e dois dos presos foram capturados em Teresina. Desses, a maioria na Zona Sul da capital. A Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) informou que eram pessoas que entravam no esquema para fornecerem dados falsos e se tornarem clientes do banco.

Anderson Ranchel Dias de Sousa, um dos presos, foi capturado na Zona Leste de Teresin. Ele é apontado como líder da associação criminosa e ostentava uma vida luxuosa nas redes sociais, tendo viajado mais de 10 vezes para os Estados Unidos somente durante o período da investigação.

O diretor de inteligência da SSP-PI, delegado Anchieta Nery, informou que o esquema era divido em três partes: liderança, que incorporava pessoas para abrirem as contas com dados falsos; financeira, que lavava o dinheiro tirado do banco, e clientes, pessoas que se juntavam ao esquema para abrirem as contas.

Algo que chamou à atenção, foi que alguns dos suspeitos têm entre 18 e 21 anos e diziam ser médicos e engenheiros para abrir contas bancárias, daí o nome da operação: "prodígio".

Como foram descobertos

A esposa de um dos suspeitos presos denunciou a fraude do grupo após sofrer violência doméstica do marido. Além disso, a gerência do banco também estava desconfiando do número de contas abertas e da idade de alguns clientes. Por isso, a polícia foi acionada.

Os gerentes suspeitaram quando clientes, que se identificavam como médicos residentes, por exemplo, iam ao espaço físico do banco, tendo cerca de 18 anos. Do G1 Piauí 

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