quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Ex-PM é condenado a 7 anos e 6 meses por morte de radiologista no Piauí

O policial militar Max Kellysson Marques Marreiros foi condenado na noite desta quarta-feira, 10, a 7 anos e 6 meses de prisão pelo homicídio do tecnólogo em radiologia Rudson Vieira Batista da Silva, ocorrido em 2019. O Júri reconheceu o crime como homicídio privilegiado, acolhendo a tese de que o réu agiu sob “violenta emoção”.

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Banner pedindo justiça em nome Judson Vieira/Reprodução 

A decisão frustrou a família da vítima, que pedia pena máxima. O irmão de Rudson, João Neto, afirmou que, apesar da insatisfação, a família não pretende recorrer.

“Foi uma condenação muito branda, o chamado homicídio privilegiado. A justificativa é que ele agiu por emoção e por isso só pegou 7 anos e 6 meses. Não pretendemos recorrer mais porque foram seis anos de desgaste, mexeu com muita gente da família. Vamos encerrar esse ciclo”, disse.

Defesa diz que disparo foi reação e não causou a morte

O advogado de defesa de Max Kellysson, Eduardo Faustino, afirmou durante a explanação que o disparo teria sido provocado pela própria vítima. Segundo ele, Rudson teria dado um soco no policial, que reagiu com o tiro.

O defensor argumentou ainda que o acusado não teve intenção de matar e que o disparo não teria sido o responsável pela morte do radiologista.

De acordo com Faustino, Rudson teria morrido em decorrência de um quadro chamado acidose, uma descompensação metabólica do organismo.

Acusação rebate e diz que crime foi intencional

O advogado da família da vítima, Pablo Reinaldo, rebateu os argumentos da defesa. Para ele, as alegações não condizem com as provas reunidas durante a investigação.

“Distoam dos autos as alegações de que a conduta de Max Kellisson teria sido de respeito à vida do senhor Rudson Vieira. As provas e testemunhas mostram que a morte não foi um ato ao acaso, mas sim uma atitude pensada, uma reação de repúdio para cessar as importunações às mulheres presentes no ambiente”, disse.

Pablo Reinaldo, advogado/Reprodução Renato Andrade 

Ele destacou ainda que o acusado possui condenação anterior por tentativa de homicídio contra uma mulher que havia abrigado a namorada dele.

“O comportamento de Max Kellisson revela total irrelevância à vida alheia. Ele trata a vida conforme seus anseios e vontades. Não há nenhuma excludente de ilicitude. Acreditamos na condenação como verdadeira justiça à sociedade piauiense”, pontuou.

Família deixa sala e pede pena máxima

A irmã da vítima, Samia Vieira, afirmou que a família não conseguiu permanecer em parte da sessão devido às falas da defesa.

“A gente até saiu da sala porque não aguenta ouvir essas inverdades. A gente sabe da verdade, sabe como tudo aconteceu. O promotor fez o papel dele brilhantemente. A gente pede a pena máxima. Mas entregamos tudo nas mãos de Deus, do promotor e da juíza. Desde o início só pedimos justiça”, afirmou.

Samia Vieira, irmã da vítima, Reprodução Renato Andrade 

O caso

O radiologista Rudson Vieira Batista da Silva morreu no dia 7 de dezembro de 2019, seis dias após ser baleado durante uma discussão com o policial militar Max Kellysson Marques Marreiros.

O crime ocorreu no dia 1º de dezembro de 2019, em um bar na zona Norte de Teresina. Testemunhas relataram que houve uma discussão antes do disparo. Rudson foi atingido na região da nuca e levado a um hospital particular, onde permaneceu internado, mas não resistiu após sofrer várias paradas cardíacas. Com informações do Portal Cidadeverde.com

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