Edição Parnaíbapontocom
Uma nova paralisação geral entre os Caminhoneiros de todo o país deve ocorrer no sábado, 30. A classe entende que os principais compromissos assumidos pelo governo Michel Temer no ano passado não estão sendo cumpridos. As lideranças da categoria reiteram que o objetivo é chamar atenção do Governo para algumas insatisfações em relação ao preço dos combustíveis e sobre fiscalização do cumprimento do pagamento do piso mínimo do frete. No Piauí, os caminhoneiros prometem cruzar os braços e aderir a carreata neste fim de semana.
A paralisação será colocada em prática por caminhoneiros autônomos de todo o Brasil em um movimento semelhante à greve geral de maio de 2018. De acordo com o Presidente do Sindicato de Transportes de Cargas do Piauí(Sindicapi), Humberto Lopes, os compromissos assumidos pela ex-presidente não foram cumpridos. "A categoria está se articulando para a paralisação porque há uma 'fadiga' total entre os carreteiros. Estamos indo à Brasília para tratar do assunto para que o governo aceite algumas medidas que eles estão querendo e a política de preço dos combustíveis que não tem como acompanhar e a tabela do frete mínimo que foi uma grande erro do governo passado", disse.
Na pauta de reivindicações da classe estão o pedido que diz respeito ao piso mínimo da tabela de frete. Os caminhoneiros reclamam que as empresas têm descumprido o pagamento do valor mínimo e cobram uma fiscalização mais ostensiva da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A agência prometeu mais ações e declarou que já fez mais de 400 autuações contra empresas. O segundo item da pauta é o preço do óleo diesel. Os caminhoneiros querem que o governo estabeleça algum mecanismo para que o aumento dos combustíveis, que se baseia em dólar, seja feito só uma vez por mês, e não mais diariamente.
O caminhoneiro natural do Ceará, Raimundo Nonato, 68 anos, atua no ramo há 45 anos e chega a ficar 25 dias longe de casa e alega que a profissão já não compensa mais. "Vamos aderir a paralisação porque está numa situação que não podemos mais trabalhar. O frete não está compensado e está uma coisa absurda. O óleo diesel está R$ 3,75 a 3,85 e o preço da entrega às vezes, só dá para o combustível e sobra muito pouco e ainda tem o gasto com alimentação - até o banho estamos pagando", reclamou.
"A paralisação é fundamental porque o Governo ainda não mostrou melhora na economia. A categoria quer que o Governo atual e as transportadoras mantenham a tabela de frete e mostre o financiamento para o caminhoneiro autônomo renovar a frota. Hoje, a tabela de frete dos estados do Nordeste pagam mais que os do Sul e Sudeste", relatou o caminhoneiro cearense, Antônio Elias, 54 anos.
O presidente do Sindicapi reforça que a classe está forte e unida e lembra dos prejuízos causados pela última paralisação. "A situação dos carreteiros é uma situação muito melindrosa e eles articularam na primeira vez e deu certo e que hoje ainda se vê o resultado e agora eles estão mais forte para promover outra ação, apesar que não acredito que muitos dos caminhoneiros deverão aderir devido a demanda do mercado que está muito baixa", afirmou Humberto.
Confirmação
Por telefone ao Jornal MN, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), uma das instituições de representação dos caminhoneiros, composta por 140 sindicatos e 8 federações que liderou a greve no ano passado, informou que o movimento identificado para o próximo dia 30 de março está confirmado e trata-se de uma carreata com o intuito de chamar a atenção do Governo para algumas insatisfações da categoria, tais como o não cumprimento da Lei do Piso Mínimo do Frete e aumento expressivo do valor do óleo diesel. A CNTA completou ainda que sempre apoiará as decisões tomadas pela categoria e por sua base coligada, mas esclarece que pelo seu monitoramento, o movimento do próximo sábado não tem finalidade grevista.
Questionado sobre o anúncio da Petrobras, o presidente da CNTA, Diumar Bueno, afirma que a medida não é nada confortável e agrava ainda mais o momento difícil dos caminhoneiros. Segundo ele, "a medida adequada para amenizar a atual situação da categoria, seria o reajuste mensal e uma resposta do Governo sobre fiscalização do cumprimento do pagamento do Piso Mínimo do Frete". Sobre o "Cartão Caminhoneiro", também anunciado pela Petrobras, o presidente destaca que se trata de outra medida ilusória porque não garante nenhum valor menor de mercado, só estipula uma regra para sua rede praticar o mesmo valor.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) em Brasília informou em nota enviada à reportagem que não detectou uma proposta de paralisação entre seus membros e nem convocou uma nova greve geral. O presidente Jair Bolsonaro deve se manifestar sobre as solicitações dos caminhoneiros nos próximos dias. Com informações do Portal Meio Norte
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