sábado, 21 de setembro de 2024

Estrutura pode evitar novas destruições causadas pela "ressaca" no litoral do Piauí

Uma estrutura em degraus, composta por sacos de areia, conhecida como bagwall, pode ser uma solução para evitar que novas destruições ocorram nas praias de Macapá e Maramar, em Luís Correia, litoral do Piauí, devido ao avanço das ondas do mar. Na tarde de quinta-feira, 19, cerca de 15 barracas foram destruídas pelo fenômeno da "ressaca".

Ressaca do mar invade bares e restaurantes nas Praias de Maramar e Macapá, em Luís Correia/Reprodução .

"É uma estrutura de baixo custo. São sacos de areia colocados em um formato que funciona como degraus, de forma que, quando a onda vem, ela perde energia gradualmente. Diferente de um muro reto, essa estrutura reduz a força da onda, evitando que ela destrua tudo. Essa solução já funciona em outros lugares", explicou a bióloga Liliana Souza. Segundo Liliana, se nenhuma medida for tomada, as praias podem desaparecer.

"Se não forem implementadas estruturas para dissipar a energia das ondas, como faz o bagwall, Macapá pode desaparecer. A tendência é o nível do mar continuar subindo se nada for feito, especialmente com as mudanças climáticas e a urbanização", ressaltou. Um morador da região relatou que o avanço do mar já alterou significativamente o cenário nas últimas décadas. Ele também critica a omissão do poder público em resolver o problema.

"O Macapá historicamente sofre com o avanço do mar. O que era considerado o antigo Macapá já foi engolido pelo mar. Praças, escolas, casas, restaurantes, toda a estrutura que existia há 30, 40 anos, já se foi. Hoje, Macapá e Maramar continuam correndo o risco de perder mais colégios e bares. Há uma negligência por parte das autoridades, que não enxergam a gravidade da situação e não tomam providências", relatou o morador. 

Osvaldo Pereira Lima, de 63 anos, teve seu estabelecimento destruído pela "ressaca" ocorrida na quinta-feira, 19. Ele afirma que não tem condições de reconstruir sua barraca.

"Pelo jeito que aconteceu agora, eu não tenho mais condições. Preciso de ajuda", desabafou.

O secretário de Assistência Social do município de Luís Correia, Tiago Silva, confirmou ao Cidadeverde.com que enviaria equipes ao local para coletar as demandas das pessoas atingidas pela "ressaca". 


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